Alunos promovem ato contra proibição de marmitas no restaurante universitário
Acadêmicos da UFMS ignoraram as regras impostas continuaram usando o espaço que faz parte do campus
Inconformados com a proibição de entrada e consumo de marmitas no RU (Restaurante Universitário), acadêmicos matriculados em diversos cursos na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) promoveram um ato pacífico batizado de “marmitaço”, nesta segunda-feira (2), contrariando as regras impostas.
De acordo com a UFMS, a proibição de alunos levarem alimentos próprios em marmitas e comerem no refeitório é de responsabilidade da empresa Paladar Nutri, que administra o local e foi definida por meio de licitação.
“A gente tem que lutar pelos nossos direitos, a empresa é terceirizada, mas o prédio foi levantado com dinheiro público”, protestou o acadêmico de Economia Gabriel Magalhães, 24 anos, que chegou a rasgar o aviso de proibição colocado no restaurante.
Impedidos de fazer as refeições neste local, os estudantes reclamam da decisão, considerada arbitrária, por não existir outros espaços apropriados para a alimentação. Muitos, inclusive, estudam em período integral e acabam passando mais de um turno no campus.
“Todo dia, trago marmita de casa para comer na faculdade, além do RU, não tem nenhum refeitório no campus para almoçar. Durante a pandemia, alguns alunos fizeram vaquinha para comprar um micro-ondas para poder esquentar comida, mas hoje, não tem espaço nenhum”, lamenta o calouro de Veterinária, Vinicius Oliveira, de 18 anos.
Em uma breve caminhada pelo campus no horário de almoço, é possível ver alunos sentados em bancos, escadas e até mesmo embaixo de árvores fazendo algum tipo de refeição.
Participante do movimento, a estudante de Ciências Sociais, Camile Vitória Gomes, 18 anos, levou a marmita de casa e fez questão de se alimentar dentro do restaurante, como forma de protesto. “Sou de um curso em que se estuda o comportamento humano, e não poder frequentar um lugar que é público é um absurdo”, resumiu a acadêmica.
Anteriormente, a reportagem questionou a UFMS se haveria disponibilização lugares próprios para a alimentação além do RU, mas a administração da instituição, por meio da assessoria de imprensa, se limitou a dizer que a "licitação compreende a concessão de todo o espaço do RU, cozinha, equipamentos e refeitório, para que a empresa forneça a refeição à comunidade universitária".
A empresa Paladar Nutri, responsável pelo restaurante universitário e pela proibição, foi procurada pela reportagem, mas não atendeu ligações.