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Educação e Tecnologia

Centro Acadêmico denuncia "formação deficitária" em curso de Medicina da UFMS

Curso de Medicina do campus de Três Lagoas da UFMS tem cerca de 360 estudantes em seis turmas

Gabriel de Matos | 08/06/2023 09:49
Fachada do campus da UFMS de Três Lagoas (Foto: Divulgação)
Fachada do campus da UFMS de Três Lagoas (Foto: Divulgação)

O curso de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) do campus Três Lagoas enfrenta problemas com a falta de professores. O problema ocorre há alguns anos e se intensificou em 2023. Algumas turmas correm o risco de não ter o próximo semestre por conta da falta de profissionais qualificados.

Os relatos foram destacados pelo Centro Acadêmico de Medicina Decir Pedro de Oliveira. Ele representa os 360 estudantes de Medicina de Três Lagoas, que se dividem em seis turmas.

Segundo o centro acadêmico, os salários oferecidos não são atrativos para os professores qualificados, o que agrava ainda mais a falta de docentes no campus de Três Lagoas. Além disso, os concursos são realizados em Campo Grande, o que dificulta ainda mais para professores locais.

Os estudantes entraram em contato com o reitor da UFMS, Marcelo Augusto dos Santos Turine, e solicitaram que medidas fossem tomadas para suprir a carência de professores. Um documento foi encaminhado ao reitor, mas que "não foi bem aceito".

Eles tiveram reunião na última quinta-feira (1) e as respostas frustraram ainda mais os alunos. "Nossos entraves são crônicos e precisam ser resolvidos com imediatismo, agora mais que nunca", destaca o documento.

Os representantes do curso alegaram que faltam professores médicos de oito especialidades: pediatria, endocrinologia, gastroenterologia, pneumologia, neurologia, psiquiatria, medicina intensiva e otorrinolaringologia.

Confira o documento apresentado pelo Centro Acadêmico à Reitoria da UFMS no link

Sem prática - O documento ainda cita que tem falta de espaço físico para ensino como Hospital-Escola, Clínica-Escola e acordos "frágeis" com a Prefeitura de Três Lagoas para experiência nas unidades de saúde.

Para ter aulas práticas no Hospital Regional, é necessário que os professores estejam vinculados a instituição de saúde, o que tem gerado restrições no campus de prática. Estudante de Medicina que não quis se identificar detalhou mais problemas. "A clínica escola também não está funcionando de forma adequada, prejudicando a formação dos alunos".

Além disso, relatam que o bloco onde as aulas são ministradas está inutilizável, o que agrava ainda mais a situação. "Já chegamos a ter que sair da sala de aula, porque o local seria usado por outro curso", destaca estudante.

O centro acadêmico alegou ainda que sente o curso desvalorizado em relação ao ministrado em Campo Grande. "Tivemos um curso com nota 5/5 no Enade, temos a maior nota de Mato Grosso do Sul. Porém, estamos com um curso de formação deficitária".

Diante do impasse e da falta de perspectivas para resolução dos problemas, os estudantes estão cogitando realizar um abaixo-assinado para solicitar o fechamento do curso de Medicina, pois consideram inviável continuar com uma formação deficitária.

Resposta da UFMS - O Campo Grande News entrou em contato com a Universidade. Em nota, a Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS respondeu que as demandas serão encaminhadas para conhecimento. "Segue para secretaria responsável para conhecimento e providência cabível".

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