Em parceria com EUA, pesquisa de MS tenta encontrar remédio para coronavírus
Cientistas de Mato Grosso do Sul desenvolveram proteínas sintéticas com potencial antiviral
O genoma de vespas e serpentes permitiu que cientistas da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), em Campo Grande, desenvolvessem proteínas sintéticas com potencial antiviral que agora podem ser um dos medicamentos para tratar a Covid-19, a infecção causada pelo coronavírus.
A pesquisa coordenada pelo doutor em bioquímica Octávio Luiz Franco ocorre em parceria com os Estados Unidos, onde amostras serão analisadas na Universidade da Pensilvânia. Na UCDB, esse material genético sintético já demonstrou potencial medicamentoso e a pesquisa é desenvolvida no Laboratório Sinova Biotec.
“Essas proteínas já vinham sendo estudadas há alguns anos para a produção de novos antibióticos, com sua comprovada atividade antiviral nosso grupo de pesquisa compartilhou o resultado com grupos de mais de 26 países; agora as amostras seguem para análise na Pensilvânia”, comentou Octávio.
Para desenvolver as proteínas sintéticas, os pesquisadores copiaram informações do material genético de vespas, jararacas e cascavéis que apresentaram atividades antivirais em estudos já realizados.
Octávio também vai coordenar o primeiro INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) a ser implantado em Mato Grosso do Sul, investimento de R$ 7 milhões entre governo do Estado, por meio da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Fundect, CNPQ, Capes e UCDB.
Genética bioinspirada – As moléculas sintéticas, bioinspiradas em genomas reais, serão um dos principais trabalhos do INCT, conforme o governo. Desse material, diversos remédios podem ser desenvolvidos, incluindo antibióticos e antivirais.