Programa que prevê mais verba privada será discutido com estudantes, diz reitor
Marcelo Turine revelou que ainda vai estudar melhor o "Future-se", iniciativa lançada pelo MEC
O reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) revelou que diretores e estudantes vão participar das discussões sobre possível adesão ao “Future-se”, programa lançado pelo MEC (Ministério da Educação) que prevê aumento de verba privada nas instituições de ensino público.
“Não consegui estudar ainda o Future-se. Nós vamos mobilizar a universidade para estudar. A gente espera que até semana que vem a gente vai ter uma análise da conjectura do Future-se e discutir com os diretores e alunos da universidade”, disse na noite da última sexta-feira (26), após sessão de encerramento da 71ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada no campus da UFMS.
Entre as estratégias previstas no Future-se está a criação de fundo privado, cujas cotas serão negociadas na Bolsa de Valores, para financiar as instituições federais. Esse fundo contará, inicialmente, com R$ 102,6 bilhões. A intenção do MEC é financiar pesquisa, inovação, empreendedorismo e internacionalização das entidades de ensino com este recurso.
O MEC justifica ainda que pretende dar mais autonomia financeira às instituições federais, para que não fiquem à mercê de flutuações no orçamento da União.
O presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, manifestou preocupação sobre o programa em entrevista após a sessão de encerramento na UFMS. Segundo ele, “sem uma discussão ampla na comunidade a chance de não dar certo é muito grande”.
Em março deste ano, o MEC anunciou congelamento de R$ 5,839 bilhões em recursos do MEC para universidades e institutos federais do País. Somente na UFMS, o contingenciamento representou R$ 29,7 milhões.
Marcelo Turine tranquilizou os estudantes e garantiu que não há previsão de suspender as atividades da UFMS no segundo semestre. “A universidade está com as contas em dia. Não há nenhum movimento de interromper as aulas. Nosso movimento dos reitores é destravar o contingenciamento e a gente espera que a partir de outubro tenha sucesso em relação a isso”.