Enquete: 81% dizem ter refletido sobre o trabalho não remunerado das mulheres
Nas redes sociais do jornal, os leitores comentaram que a jornada dupla ou tripla é cansativa
A maioria dos leitores, 81%, informou na enquete do Campo Grande News de segunda-feira (6) que já tinha parado para refletir sobre o trabalho não remunerado que sobrecarrega mulheres. Outros 19% ainda não tinham pensado sobre. A temática foi escolhida para ser redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano.
Nas redes sociais do jornal, os leitores comentaram que a temática sempre esteve à tona. O trabalho "invisível", na maioria das vezes, é cansativo. Célia Regina Campos conta que tem jornada tripla. "É cansativo, principalmente em lavar banheiro. Nunca houve reconhecimento e todos usam o banheiro, deveriam ajudar a limpar a casa também", explicou a leitora.
Elizete Oliveira comenta que reflete sobre a situação todos os dias desde que nasceu. Janeci Brandão relata que também possui jornada dupla. "Trabalho fora, trabalho o dobro em casa e a família não ajuda na manutenção", comentou.
A jornada dupla ou tripla vivenciada pela maioria das mulheres são expostas pelos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2022. Em Mato Grosso do Sul, as mulheres dedicam 8 horas e 15 minutos a mais do que homens por semana, em média. Esse tempo de trabalho não remunerado é mais do que o dobro quando falamos de mulheres autodeclaradas pardas, que dedicam, em média, 19 horas e 42 minutos por semana.
Durante a pandemia de covid-19, esse problema foi agravado. Em reportagem feita pelo Campo Grande News, mulheres mostraram como precisaram se desdobrar para lidar com tudo: trabalho formal, casa, filhos, esposo, compras e até mesmo a venda de produtos para conseguirem renda extra. Em todos os relatos, um desabafo se encontrava: o cansaço.