Maioria está preocupada com a crise na Santa Casa de Campo Grande
Crise financeira suspende cirurgias eletivas, enfrenta perda de profissionais e desabastecimento de remédios
Mesmo com os repasses em dia, a Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma série de problemas graves. O hospital informou que não tem data prevista para a retomada de atendimentos ou serviços suspensos. Na enquete de ontem (4), o Campo Grande News questionou se a crise na Santa Casa preocupa os leitores. A maioria respondeu que sim (89%), enquanto 11% votaram "não".
Médicos do hospital procuraram o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para discutir a crise enfrentada. Na última reunião, em 21 de fevereiro, o foco foi a falta de materiais para a realização de cirurgias, medicamentos e insumos, atrasos nos pagamentos a profissionais e fornecedores, paralisação de ambulatórios e cirurgias eletivas, além de problemas no serviço de neurocirurgia.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que os repasses estaduais e municipais ao hospital estão regulares. Os representantes do hospital relataram um deficit mensal e aumento nas despesas com o pessoal entre 2022 e 2024, enfatizando o desequilíbrio econômico-financeiro na contratualização entre o hospital e o município.
Maria de Fátima Rosa de Alencar é uma das leitoras preocupadas com a crise. "A Santa Casa é referência. Pena que está assim. Já precisei muito da Santa Casa. Essa prefeitura tinha que olhar mais", comentou em rede social do jornal.
A atual crise levanta preocupações significativas ao MPMS e, durante a reunião, diversas ações foram estabelecidas para buscar soluções e garantir a continuidade dos serviços de saúde.
O hospital tem 4,2 mil funcionários. Em janeiro de 2025, alguns deles protestaram em frente à Santa Casa, pois o pagamento não havia sido realizado até o quinto dia útil. Para a reportagem, o presidente do SindSaúde disse que o hospital informou não ter recebido todos os repasses do poder público e que fica difícil sem a remuneração. "Sim! Eu trabalho aí! Cada dia mais difícil", comentou a leitora Lais Gasparetto sobre sua preocupação.
"Minha filha teve bebê lá, os quartos fedidos, as cortinas sujas, o piso com buraco... Está feia mesmo, horrível, fora o calor", relatou Patrícia Carvalho Pereira Pereira em rede social sobre sua experiência na Santa Casa.
Recentemente, o hospital teve que suspender cirurgias eletivas por falta de materiais essenciais para os procedimentos, impactando diretamente o atendimento à população.