Se fosse em MS, 90% apoiariam aborto em caso de estupro
Só em julho o Campo Grande News noticiou dois casos de meninas de 10 anos que foram estupradas dentro de casa
Diante da polêmica do aborto feito com autorização judicial por menina de 10 anos, estuprada havia quatro anos pelo tio, no Espírito Santo, o Campo Grande News lançou enquete para saber se a população sul-mato-grossense apoiaria a medida.
O resultado desta quarta-feira (19) apontou que a maioria apoia a interrupção da gravidez em casos de violência sexual No resultado, 90% da população sul-mato-grossense apoia o aborto em caso de estupro, contra 10% contrários a medida.
O estupro de crianças, infelizmente, não é fato isolado. Só em julho de 2020, o Campo Grande News noticiou dois casos, contando apenas meninas de 10 anos, que sofreram a violência sexual.
No dia 7 de julho, um homem, de 43 anos, e a mãe dele, de 61, foram presos em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande -, acusados pelo crime de estupro de vulnerável contra uma menina de apenas 10 anos.
E no dia 11 de julho foi a vez de um homem de 58 anos ser preso. Ele foi flagrado pela esposa estuprando a enteada de 10 anos. Nenhum dos dois resultou em gravidez, mas no ano de 2018, uma menina de 12 anos, moradora da cidade de Anastácio, a 134 quilômetros de Campo Grande, passou pelo drama da gravidez após ser estuprada pelo pai.
Mas nesse caso, a justificativa para não ser feito o procedimento de aborto, era a idade gestacional avançada, já que exames apontaram que o feto estava com 5 meses, então mesmo com os riscos físicos e psicológicos, a gravidez foi levada até o final e o bebê colocado para adoção.
Para o cabeleireiro Roberto Alves, 54 anos, a decisão depende muito da situação e do que a família e pessoa envolvida pensam. “É um assunto muito particular, cada um precisa pensar e entender”, disse.
Já para Marilda Silva Costa, 43 anos, o único que poderia tirar a vida do feto seria Deus.
“Não concordo [com o aborto], sou cristã e acho que o único que pode tirar a vida do outro é Deus. A gente não tem que escolher esse tipo de coisa, só ele pode. Tenho muita certeza disso”, afirmou ao Campo Grande News.
Diferente de Tamires Dias Ortega, 30 anos, que acredita que o sofrimento da criança deve ser levado em consideração. “Concordo sim. Por exemplo, no caso da menina de dez anos, ela tá sofrendo muito há tempos. Vi comentário de gente dizendo que era melhor ela ter e dar para adoção, mas não é simples assim. Ela iria passar por todo o trauma e a criança que nasceria também passaria por sofrimento depois”, contou.