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Esportes

Atletas paralímpicos vivem ressaca da perda de medalha, já de olho em 2016

Gabriel Neris | 15/09/2012 09:20
Ronaldo, Fernandes e Marcos vestiram a camisa da seleção brasileira em Londres (Foto: Gabriel Neris)
Ronaldo, Fernandes e Marcos vestiram a camisa da seleção brasileira em Londres (Foto: Gabriel Neris)

Dias depois de terem desperdiçado a chance de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Londres, os três jogadores sul-mato-grossenses que vestiram a camisa da seleção brasileira de futebol 7 PC (Paralisia Cerebral) ainda buscam explicações. Ao mesmo, desde já almejam estar na disputa de 2016, que vai ser no Brasil.

Marcos Santos Ferreira, 34, Fernandes Celso Alves Vieira, 33, e Ronaldo Almeida de Souza, 22, estão em Campo Grande desde terça-feira (11) sem a medalha desejada.

O goleiro Marcos participou pela quinta vez na carreira das Paralímpiadas. Bronze em Sidney, no ano de 2000, e prata quatro anos mais tarde, em Pequim, Marcos acredita que este foi o melhor time brasileiro entre todos os torneios.

“Nos outros anos não tinha suplente à altura. Hoje essa é a melhor seleção”, exalta o goleiro. “O grupo atual tem menos de um ano jogando junto e conseguimos bater de frente com as potências do futebol”, ressalta Fernandes.

A campanha brasileira na primeira fase contou com vitória sobre Grã-Bretanha e Estados Unidos e empate com Ucrânia, favorita ao lado da Rússia. O resultado por 1 a 1 trouxe confiança a equipe, porém o Brasil teria a Rússia pela frente nas semifinais.

“O placar de 3 a 1 não mostrou o que foi. A gente estava ganhando, jogando bem”, recorda Marcos.

Se a derrota para a Rússia foi traumatizante, a goleada sofrida para o Irã por 5 a 0 na disputa do bronze se tornou decepcionante. “Não quero nem falar sobre isso”, brinca Marcos. “A gente sentiu que tinha condições de trazer a medalha, mas o time entrou desligado, desconcentrado”, explica.

Foram três gols sofridos em seis minutos de partida. A ausência de Ronaldo da equipe, suspenso por ter tomado dois cartões amarelos, também foi sentida.

A final foi realizada entre Rússia e Ucrânia. “São os melhores times, são profissionais. Cada jogador da Rússia ganhou R$ 300 mil de premiação do Mundial, e dizem que ganhariam R$ 400 mil com o ouro”, conta o goleiro sul-mato-grossense.

Rio de Janeiro – Os Jogos Paralímpicos de Londres foram novidades para Fernandes e Ronaldo, que disputaram pela primeira vez. A esperança é retornar aos Jogos do Rio de Janeiro.

“Participar em Londres foi uma excelente novidade, tenho a maior honra em representar nosso estado. Fico chateado por não ter ganhado a medalha, mas sei que dei o meu melhor”, comenta Fernandes.

Ronaldo garante que estará vestindo a camisa da seleção brasileira novamente daqui a quatro anos. “Se for preciso, vou até de muleta”, diz o jogador que marcou o primeiro gol do Brasil nos Jogos deste ano.

Os jogadores comentam que existe a possibilidade da CPB (Confederação Paralímpica Brasileira) realizar um intercâmbio com a Rússia. O objetivo é seguir o padrão de treinamento para fazer bonito no Rio de Janeiro.

O Brasil volta a jogar somente em 2013 na Espanha. Enquanto isso, os jogadores seguem treinando para o Campeonato Brasileiro que acontecerá entre os dias 14 e 28 de novembro, em Belo Horizonte (MG). Ronaldo segue atuando pela ADD (Associação Campo-grandense Paradesportiva Driblando as Diferenças), enquanto Fernandes e Marcos atuam pelo Caira, ambos de Campo Grande.

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