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Esportes

Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios

Levantamento teve por base os boletins financeiros dos jogos profissionais de futebol masculino em 2024

Por Gabriel de Matos | 10/01/2025 18:05
Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Torcedores do Operário na entrada do Estádio Jacques da Luz (Foto: Gabriel de Matos)

Mato Grosso do Sul teve 84 jogos de futebol masculino profissional em 2024 e levou exatos 45.000 torcedores para 12 estádios pelo Campeonato Sul-Mato-Grossense Série A, Série B, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Série D. Em média, foram cerca de 536 torcedores que os 15 clubes profissionais tiveram presentes por jogo com 21% em média de ocupação.

RESUMO

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Em 2024, o Campeonato Sul-Mato-Grossense registrou 84 jogos de futebol masculino profissional, atraindo 45.000 torcedores para 12 estádios, com uma média de 536 espectadores por partida, representando apenas 21% da capacidade total. O Dourados destacou-se com a maior média de público, enquanto o Comercial teve a menor. A renda total dos clubes foi de R$ 522.126,00, com despesas de R$ 437.567,03, resultando em um lucro líquido de R$ 84.558,97, onde o Dourados obteve o maior lucro e o Pantanal o maior prejuízo. A análise revelou que 8 em cada 10 lugares dos estádios ficaram vazios, evidenciando a necessidade de estratégias para aumentar a presença de torcedores nos jogos.

A quantidade é exatamente a capacidade total do Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, caso o espaço tivesse liberado totalmente para uso. O levantamento da reportagem teve por base os boletins financeiros dos jogos das competições citadas anteriormente de 2024 disponíveis nos sites da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul).

A única competição que não tem os jogos totalizados com as rendas e públicos totais é a Série D, que Mato Grosso do Sul foi representado pelo Costa Rica. No entanto, o site Ranking da CBF tinha o valor do público pagante da equipe do norte do Estado. Portanto, para as contas de média de público, o valor usado foi de 2.711. Para valores de renda e ingresso médio, esses jogos foram desconsiderados.

Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Imagem aérea do Estádio Pedro Pedrosssian, o Morenão, que não é usado para o futebol desde 2022 (Foto: Flavio Andre/MTur)

Média de público - Dos 15 clubes profissionais de futebol masculino que jogaram em 2024, somente cinco deles tiveram público acima da média, levando mais que 536 torcedores por jogo. Os outros 10 registraram média abaixo dos 500. A melhor média de público foi do Dourados com 1.388 torcedores por jogo em sete partidas.

Já a pior média ficou com o Comercial, de Campo Grande, com apenas 58 torcedores por jogo em três jogos com os portões abertos no Estádio Jacques da Luz (Moreninhas). A equipe colorada ainda teve um jogo sem público no estádio diante do Águia Negra que não foi contabilizado na média.

Na sequência das melhores médias aparecem o Corumbaense e o Operário. O time de Corumbá fez seis jogos como mandante e levou 1.096 pessoas em média ao Arthur Marinho. Já o Galo de Campo Grande teve oito jogo no ano, contando um pela Copa do Brasil, e teve média de 1.056.

No final da tabela, além do Comercial, estão o 7 de Setembro com 76 torcedores por jogo e o Operário Caarapoense com 169. Ambos disputaram quatro partidas como mandante na segunda divisão sul-mato-grossense. Das equipes de primeira divisão, o time com a pior média foi o Pantanal (Antiga Portuguesa) com 170 torcedores por jogo. Confira mais detalhes no infográfico.

Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Maior público do ano foi na final entre Dourados e Operário no Estádio Douradão com 4.373 pessoas (Foto: @eduardofotoms)

Público total - Também na liderança do time que mais conseguiu angariar o apoio do torcedor, está o Dourados com 9.714 torcedores nos sete jogos. Na sequência, aparece o Operário com 8.446 e o Corumbaense com 6.575. Outra equipe que ficou na casa dos 6 mil foi o Costa Rica (6.107 no total).

O caso do Costa Rica é diferente dos outros citados porque a equipe do norte disputou 14 jogos (oito pela Série D, um pela Copa do Brasil e cinco pelo Campeonato Sul-Mato-Grossense). A média geral foi de 436.

Três equipes ficaram na casa dos 2 mil torcedores em seus estádios. Foram eles: Aquidauanense (2.917 - 5 jogos); Ivinhema (2.240 - 5 jogos) e Novo (2.224 - 4 jogos). Abaixo deles estão Águia Negra (1.389 - 4 jogos), Naviraiense (1.201 - 4 jogos), Coxim (1.100 - 5 jogos) e Pantanal (1.019 - 6 jogos).

Os times que não conseguiram levar mil torcedores e tiveram o menor público total tiveram quatro jogos: Náutico (912), Operário Caarapoense (677), 7 de Setembro (304) e Comercial (175).

Clube mandantePúblico totalJogos
Total geral45.00084
Dourados9.7147
Operário8.4468
Corumbaense6.5756
Costa Rica6.10714
Aquidauanense2.9175
Ivinhema2.2405
Novo2.2244
Águia Negra1.3894
Naviraiense1.2014
Coxim1.1005
Pantanal (antiga Portuguesa)1.0196
Náutico9124
Operário Caarapoense6774
7 de Setembro3044
Comercial1754
Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Arquibancada do Estádio das Moreninhas cheia para jogo da Copa do Brasil (Foto: Juliano Almeida)

Público pagante e gratuidades - Quando se observa os dados em relação ao público pagante (que gerou renda) e as gratuidades, Mato Grosso do Sul teve um a cada quatro ingressos dados a quem esteve presente. Dos 45 mil presentes, 33.549 pagaram ingresso e 11.451 foram 'na faixa' conforme os dados dos boletins financeiros.

O clube que mais levou torcedores pagantes foi o Operário com 7.549. O Dourados está na sequência com 6.250. Ambos fizeram a final do Campeonato Sul-Mato-Grossense em 2024 e jogarão competições nacionais em 2025. A tendência é que ambos sigam no topo das médias.

A equipe com menos pagantes foi também a de menor público geral. O Comercial teve somente 125 pagantes. Das equipes da Série A no Estado, o pior foi o Novo com 345 dos 2.224 pagantes. Na proporção das gratuidades, o Novo é disparado o que mais levou torcedores sem pagar, cerca de 84,49% dos presentes.

O que menos cedeu às gratuidades foi o Costa Rica com 371, o que equivale as 6,07% dos 5.736 presentes. No entanto, o número do Crec considera somente os pagantes na Série D. Ao retirar a quarta divisão nacional da conta, a média de gratuidades sobe para 12,5% (371 no total de 2.451). Fora o Crec, o que menos deu ingresso foi o Águia Negra com 9,65%.

Clube mandantePúblico paganteProporção de pagantesGratuidadesProporção de gratuidades
Novo34515,51%1.87984,49%
Operário Caarapoense41060,56%26739,44%
Portuguesa64963,69%37036,31%
Dourados6.25064,34%3.46435,66%
Náutico59365,02%31934,98%
Corumbaense4.35366,21%2.22233,79%
Comercial12571,43%5028,57%
Ivinhema1.63072,77%61027,23%
Total geral33.54974,55%11.45125,45%
7 de Setembro24179,28%6320,72%
Naviraiense1.02485,26%17714,74%
Aquidauanense2.49185,40%42614,60%
Costa Rica5.73687,50%37112,50%
Operário7.45988,31%98711,69%
Coxim98889,82%11210,18%
Águia Negra1.25590,35%1349,65%
Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Jogo entre Náutico e Operário no Estádio das Moreninhas teve 565 presentes (Foto: Paulo Francis)

8 em cada 10 lugares vazios - Ao se observar a ocupação dos estádios, oito em cada dez lugares dos 12 estádios usados para jogos em Mato Grosso do Sul ficou desocupado. Esse número leva em conta a capacidade das praças esportivas usadas disponíveis no site da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) no dia 9 de janeiro de 2025. Apenas 21% dos lugares disponíveis foram ocupados.

O time que mais apoiou os jogadores com o estádio menos vazio foi o Corumbaense no Estádio Arthur Marinho com 43,83% dos 2.500 lugares ocupados. Na sequência, vem o Dourados com 39,65% no Douradão. Cabe ressaltar que o estádio de Dourados já teve capacidade para 30 mil pessoas, mas o documento da FFMS citava apenas 3.500 liberados.

O Sotero Zarate em Sidrolândia vem na sequência com 24,75% de ocupação para jogos do Novo, Pantanal e Operário. O Estádio das Moreninhas com quatro times mandantes (Operário, Náutico, Comercial e Náutico) teve 17,55% de ocupação. O menos ocupado foi o Estádio Carecão, do Operário Caarpaoense, com 8,46% em média. Confira o restante dos estádios no infográfico.

Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios

Ingresso médio - Os times com ingressos mais baratos em média para os torcedores foram 7 de Setembro (R$ 10), Operário Caarapoense (R$ 9,93), Águia Negra (R$ 9,87) e Coxim (R$ 9,21) com o mais barato. A média sul-mato-grossense ficou em R$ 15,56.

Os mais caros para o bolso do amante do futebol sul-mato-grossense foi do Costa Rica (R$ 23,28), Dourados (R$ 21,73), Náutico (R$ 21,10) e do Operário (R$ 20,23). Confira a lista completa abaixo.

Clube mandanteIngresso médio
Costa RicaR$ 23,28
DouradosR$ 21,73
NáuticoR$ 21,10
OperárioR$ 20,23
NaviraienseR$ 19,09
Pantanal (antiga Portuguesa)R$ 18,24
AquidauanenseR$ 15,91
Média geralR$ 15,56
ComercialR$ 14,80
CorumbaenseR$ 12,18
NovoR$ 10,61
IvinhemaR$ 10,39
7 de SetembroR$ 10,00
Operário CaarapoenseR$ 9,93
Águia NegraR$ 9,87
CoximR$ 9,21
Em 84 jogos, times de MS levaram apenas 45 mil torcedores aos estádios
Estádio Douradão, usado pelo Dourados nos jogos como mandante (Foto: Divulgação)

Quem teve lucro e prejuízo? - Depois de todos esses números, quais foram os times que tiveram lucro e prejuízo com os torcedores (ou a falta de) nos estádios. A renda total conforme os boletins financeiros disponibilizados foi de R$ 522.126,00 e as despesas operacionais das partidas ficou em R$ 437.567,03. A renda líquida somada dos 15 clubes ficou em R$ 84.558,97.

O time com mais receita de bilheteria foi o Dourados com renda de R$ 135.835,00 e despesas de R$ 44.506,13. Na outra ponta, o time com mais prejuízo foi o Pantanal (antiga Portuguesa) com saldo negativo de R$ 30.699,13. No total, sete tiveram prejuízo e oito tiveram lucro jogando o futebol profissional em 2024. Confira a tabela abaixo:

Clube mandanteRenda DespesasRenda líquida
DouradosR$ 135.835,00R$ 44.506,13R$ 91.328,87
MédiaR$ 522.126,00R$ 437.567,03R$ 84.558,97
AquidauanenseR$ 39.630,00R$ 15.352,54R$ 24.277,46
OperárioR$ 150.907,00R$ 140.315,01R$ 10.591,99
NaviraienseR$ 19.550,00R$ 9.121,42R$ 10.428,58
CorumbaenseR$ 53.034,00R$ 44.645,70R$ 8.388,30
Águia NegraR$ 12.385,00R$ 7.261,15R$ 5.123,85
CoximR$ 9.095,00R$ 7.376,25R$ 1.718,75
Operário CaarapoenseR$ 4.070,00R$ 3.386,14R$ 683,86
ComercialR$ 1.850,00R$ 3.192,90-R$ 1.342,90
7 de SetembroR$ 2.410,00R$ 5.208,38-R$ 2.798,38
Costa RicaR$ 48.415,00R$ 51.842,58-R$ 3.427,58
IvinhemaR$ 16.940,00R$ 25.907,04-R$ 8.967,04
NovoR$ 3.660,00R$ 13.050,28-R$ 9.390,28
NáuticoR$ 12.510,00R$ 23.867,38-R$ 11.357,38
Pantanal (antiga Portuguesa)R$ 11.835,00R$ 42.534,13-R$ 30.699,13

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