Emoção e orgulho são sentimentos de quem vai carregar tocha olímpica
A tocha olímpica viaja o mundo e vai passar por Campo Grande no dia 25 de junho. O símbolo olímpico ficará na Capital por menos de 24 horas, mas deve permanecer eternamente na memória daqueles que foram selecionados para carregá-la, em um trecho de 200 metros. De motorista a desportistas, o sentimento é de orgulho em ostentar, ainda que, por pouco tempo, a chama olímpica que une os povos em nome da paz e do esporte.
O campo-grandense, Adilson Higa, 44, é professor e atleta de jiu-jitsu. Ele foi indicado pelos próprios alunos da academia à organização dos jogos olímpicos Rio 2016, pois tem em sua vida uma história marcada pela superação. Há seis anos ele sofreu um acidente de moto e teve o braço esquerdo amputado. Seria um motivo para achar que a vida não tivesse mais sentido, mas continuou no esporte e se consagrou campeão, tanto na modalidade tradicional, como nas competições de parajiu-jitsu.
Higa coleciona diversos troféus e medalhas, e passou dois anos consecutivos entre os dez melhores no ranking da Federação Internacional de Jiu-jitsu, foi campeão brasileiro e mundial.
O atleta diz que ser escolhido para carregar a tocha é um reconhecimento coletivo, de todas as pessoas que fizeram parte de sua vida. "Tem mais de 40 alunos de projetos sociais, os pais de alunos, as crianças, minha família, filhos, a homenagem e a conquista são de todos eles", explicou. Há também, uma outra mensagem importante que Adilson quer passar durante os 200 metros que carregar a tocha em um ano olímpico. "Lutamos para que o jiu-jitsu se torne um esporte olímpico, ou pelo menos de demonstração. Hoje o esporte é praticado no mundo inteiro e é o esporte que mais cresce. Sonho em chegar um dia que meus alunos de 14 anos possam disputar uma olimpíada fazendo jiu-jitsu", revelou.
Também desportista e Campo-grandense, Larissa Portela diz que se entusiasmou quando viu o tocha pan-americana passar por Campo Grande em 2007. Agora, 12 anos depois ela mesma vai transportar o símbolo olímpico na cidade onde mora e faz o que mais gosta, que é jogar handebol.
"Levei um susto, pois a confirmação da minha participação caiu no lixo eletrônico do e-mail. Fui ver um dia depois e corri o risco de nao participar", contou Larissa, que também se formou em educação física e hoje cursa zootecnica.
Se mostrando um pouco tímida, ela diz não saber o que vai passar em sua cabeça na hora em que tiver com a tocha nãs mãos. "Só não posso cair com ela", brincou a goleira de handebol que joga pelo time da UFMS.
Farias diz que apesar da felicidade, não fica ansiosa para quando chegar o momento do revezamento.
Quem está bastente ansioso é o motorista José Roberto de Almeida Filho. Para ele o momento vai ser uma "emoção única na vida". "Fiquei maravilhado, estou muito feliz, pois é uma coisa que só vai acontecer uma vez na vida", relatou José Roberto. "Representar a cidade e o estado será um orgulho para mim", completou.
Os jogos olímpicos Rio 2016 começam dia 5 de agosto e terminam dia 21. As paralímpiadas começam dia 7 e terminam dia 18 de setembro.
História
A chama olímpica remete aos primórdios dos jogos, no século 8 A.C. Os gregos da antiguidade consideraram o fogo um elemento divino e mantinham as chamas acesas em frente a seus principais templos, como o Santuário de Olímpia, que recebia as competições esportivas.
A segunda tradição simbolizada pelo revezamento da tocha refere-se aos mensageiros da grécia antiga que viajavam pelas cidades anunciando a data dos Jogos. Além de convidar os cidadãos a irem até Olímpia, os mensageiros proclamavam a “trégua sagrada”: um mês antes e enquanto durassem as competições esportivas, todas as guerras em curso deveriam cessar para que atletas e espectadores pudessem participar dos jogos com segurança.
Na era moderna, as olimpíadas de Amsterdã, na Holanda, foram os primeiros jogos a ter uma pira olímpica em seus estádios. Porém, o revezamento do símbolo olímpico foi realizado pela primeira vez em Berlim, na Alemanha, em 1936.