Jussara chorou ao ver filha conquistar ouro no Pan-Americano: "era o sonho dela"

"Quase morri do coração de ver as lutas dela. Eu suava frio, mas eu sabia que ela ia conquistar", relata a professora Jussara Vilhalba, 52 anos, mãe da judoca sul-mato-grossense Alexia Nascimento, de 20 anos, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile.

Estreante no evento multiesportivo, Alexia venceu na categoria até 48 kg, em confronto contra a experiente judoca mexicana Edna Carrillo. O confronto foi assistido daqui de Campo Grande, pela mãe, que estava na torcida pela realização do sonho da filha de conquistar o ouro.

"Eu gritava, pulava, falava assim 'é sua, é sua'. Quando ela realmente ganhou, aí veio o alívio, veio o choro de emoção", relembra Jussara, emocionada. "Sinto um orgulho muito grande dela, porque era o sonho dela. Ela tá seguindo o caminho que ela escolheu, estou muito feliz por ela ter conquistado".

Jussara ressalta que a filha é muito disciplinada, focada e tranquila, e que agora colhe os frutos de todo o esforço e trabalho investido nos treinos. "Na hora que ela subiu no pódio, com o Hino Nacional, ela começou a chorar. Eu conversei com ela à noite por chamada de vídeo. Nunca vi ela tão sorridente quanto ela estava nesse dia".

Trajetória - O esporte está no sangue de Alexia. O pai, Alessandro Nascimento, 51 anos, é professor de judô e foi o responsável por introduzir a atleta no esporte quando Alexia tinha apenas 3 anos de idade. Conforme relata com a mãe, Alexia "começou a tomar gosto pela coisa", e aos 12 anos de idade, quando subiu da categoria sub-13 para sub-15, os três [Jussara, Alexia e Alessandro) sentaram para conversar sobre o futuro da atleta.

"Ele explicou que o treinamento seria duas vezes por dia, cansativo, exausto, e perguntou se era isso que ela queria. Ela falou 'sim pai, é isso que eu quero'. Ele falou, 'então beleza, agora vai ser de outro jeito, não vai ser mais dessa maneira como você está. Agora vai ser mais sério'", relembra a mãe.

Em agosto de 2022, Alexia conseguiu uma vaga no Pinheiros, em São Paulo (SP). Ela se mudou para a capital paulista e iniciou uma nova rotina. "Não foi fácil pra ela se adaptar ao novo clube, a uma nova cidade. Aqui, ela ia para os treinos a pé, lá ela mora a 20 minutos do clube. Quando ela voltava das viagens, tinha a gente [Jussara e o marido] para apoiar. Mas agora ela está lá amparada, o clube tem uma estrutura que fornece tudo".

Jussara finaliza dizendo que a saudade é grande, mas que está orgulhosa de ver a filha conquistar tudo que almeja no esporte. "Ela era minha companheira, onde eu ia ela ia comigo. Mas graças à tecnologia fazemos chamada de vídeo toda hora".

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