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Esportes

PM é acusado de injúria racial após apontar arma para atleta dentro de campo

Lateral do Coxim afirmou que foi chamado de “preto do c***lho” durante abordagem policial

Jhefferson Gamarra | 20/02/2023 11:02
Atleta do Coxim com as mãos levantadas durante abordagem da PM (Imagem: Reprodução)
Atleta do Coxim com as mãos levantadas durante abordagem da PM (Imagem: Reprodução)

A partida entre Costa Rica e Coxim, disputada no último sábado (18) pela 5ª rodada do Campeonato Sul-Mato-Grossense, terminou de forma lamentável após confusão entre jogadores e arbitragem no Estádio Laertão, em Costa Rica.

A partida se encaminhava para um empate sem gols, até que aos 56 minutos do segundo tempo, após um cruzamento na área, a bola foi desviada para o fundo das redes do Coxim, sacramentando a vitória do time da casa. A situação causou indignação na comissão técnica e dos jogadores que pediam o fim da partida.

O policiamento precisou ser acionado pela equipe de arbitragem para controlar os ânimos. Diante da confusão armada, um dos policiais militares chegou a apontar a arma para jogadores da equipe coxinense.

O lateral esquerdo Richard Bala, do Coxim, foi um dos jogadores que estava no meio da confusão e teve a arma apontada em sua direção. Após a partida, o jogador expôs sua insatisfação com a abordagem considerada truculenta e acusou os policiais de racismo.

“Isso não pode existir, não. Tem polícia apontando arma para jogador, a gente não é bandido. Só porque eu sou da cor me chamou de “seu preto do c***lho, chega pra trás”. Isso daí não existe, futebol de série A sul-mato-grossense. Isso não existe”, desabafou o camisa 6 antes de deixar o gramado. (Confira o vídeo da confusão e o relato do jogador abaixo).

Na súmula da partida, o árbitro Renan Novaes Insabralde relatou a confusão e a presença da PM no gramado, no entanto o episódio de racismo sofrido pelo atleta não foi registrado. Confira abaixo a observação registrada no documento da partida.

“Aos 56 minutos do segundo tempo, após o gol da equipe Costa Rica, houve um grande tumulto por parte da equipe adversária do Coxim, não sendo possível terminar o minuto restante. O time do Coxim teve de ser contido pelo policiamento militar e a segurança privada para garantir a segurança do quarteto de arbitragem que foi ameaçada de forma hostil e com palavras de ameaça, inclusive ameaçando os familiares da equipe de arbitragem. Os envolvidos identificados já estão relatados no item Penalidades. Fui informado pelo delegado da partida o Alaércio Guimarães que na viatura presente da policia militar, havia um contingente de dois policiais, o soldado Barbosa e o soldado Miguel, foi pedido reforço policial e logo após o acontecido chegou outra viatura com mais dois soldados”, relatou o árbitro.

A reportagem procurou a PM (Polícia Militar) para se pronunciar sobre os fatos ocorridos em campo e sobre a acusação do atleta. A assessoria da corporação informou que irá obter informações junto a equipe policial presente no local para poder se manifestar sobre o assunto.

O presidente do Coxim, Marcelo Yatecola, informou que o atleta registrou boletim de ocorrência de injúria racial ainda na cidade de Costa Rica.

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