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Esportes

Principais palcos esportivos esperam obras ou parceria para reabrirem

Amanda Bogo | 29/08/2016 16:11
Estádio Morenão, interditado desde 2014 (Foto: Fernando Antunes)
Estádio Morenão, interditado desde 2014 (Foto: Fernando Antunes)

As duas principais praças esportivas de Campo Grande, o Ginásio Guanandizão e o Estádio Morenão, estão interditadas desde dezembro de 2013 e outubro de 2014, respectivamente, impedindo campo-grandenses de acompanharem de perto grandes eventos esportivos de nível nacional, como ocorria em outros tempos.

Mas, a situação pode estar perto de mudar. No caso do ginásio, a Funesp (Fundação Municipal de Esportes) garante que obras de adequação do local estarão prontas dentro de no máximo 50 dias, enquanto o governo estadual trabalha uma parceria para reabrir o estádio em 2017.

Sem o Ginásio Avelino dos Reis, o Guanandizão, interditado desde dezembro de 2013, a Capital deixou de receber torneios nacionais de modalidades como vôlei e basquete.

Esta última, inclusive, teve prejuízos com a interdição de três anos atrás. O presidente da FBMS (Federação de Basquete de Mato Grosso do Sul), Eduardo Marques, contou que havia acabado de instalar equipamentos como piso flutuante, tabela hidráulica e placar multifuncional no local o que possibilitaria receber jogos da seleção brasileira.

Arquibancas do ginásio, que terá capacidade reduzida (Foto: Alcides Neto)
Arquibancas do ginásio, que terá capacidade reduzida (Foto: Alcides Neto)

“Seis meses depois de colocar o material, o local foi interditado. Tem processo no Ministério do Esporte porque me acusaram de colocar esses materiais quando ele estava interditado, sem ser usado, mas coloquei antes do fechamento. Praticamente quebrou uma sequência que a federação vinha fazendo, incluindo os campeonatos que precisam ser promovidos durante o ano.

A seleção masculina e feminina estava em preparação para a Olimpíada, e uma das promessas era de que poderia levar jogos para Campo Grande. Nenhuma modalidade em Campo Grande consegue fazer jogos de nível nacional porque não tem praça esportiva que comporte isso”, desabafou.

Desacreditado em esperar a reabertura do espaço, os materiais foram retirados e levados para o interior do Estado. Agora, a federação está firmando contrato com a Funlec para instalar os equipamentos no Colégio Oswaldo Tognini.

“Não quero voltar atrás porque nunca se sabe o dia de amanhã. Abre isso provisório, deixo isso lá e fecha novamente. Não quero sofrer essas consequências”.

Mas, de acordo com o diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esporte), Luiz Alberto Antunes, a situação está para mudar. Dentro de 50 dias o local deverá ser reaberto para competições.

Uma das alterações que devem ser feitas no local é a capacidade de público em eventos esportivos, medida solicitada pelo corpo de bombeiros, uma vez que os corredores do ginásio são pequenos e não comportam as 12 mil pessoas, que poderiam estar no local, possam sair de lá em casos de emergência. Obras na parte hidráulica e elétrica também estão sendo realizadas.

Obras na encanação e parte elétrica do ginásio já começaram, informou diretor-presidente da Funesp (Foto: Alcides Neto)
Obras na encanação e parte elétrica do ginásio já começaram, informou diretor-presidente da Funesp (Foto: Alcides Neto)

“As licitações estão sendo feitas, por isso não sei informar os valores. Mas as trocas dos canos e dos fios está sendo feita com os fundos da Funesp. O problema no local é de escoamento do público. A capacidade do Ganandizão chega a 12 mil pessoas, e a gente acredita que será reduzido para 6 mil, mas depende da avaliação do Ministério Público e do Corpo de Bombeiros”, explicou Antunes.

Após a reforma e o aval dos orgãos competentes, o ginásio poderá voltar a receber eventos de nível estadual e nacional.

Construído em 1982, a última atualização do projeto foi feita em 1998. Por ser uma obra antiga, mexer na estrutura seria impossível ser demolir toda a praça esportiva.

“Não há condições de mexer na estrutura dele sem derrubar tudo. Uma obra dessas custaria R$ 18 milhões, não compensa, acabaria sendo feito um outro ginásio. Ele foi um elefante branco que hoje não se faz mais. Hoje se faz arenas que recebe eventos esportivos, culturais, por causa do escoamento de pessoas”, disse Antunes.

Morenão – Interditado desde outubro de 2014 por problemas na estrutura, o Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, deixou de receber jogos de futebol do Campeonato Estadual, do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e até da seleção masculina olímpica nos últimos anos.

Conforme o vice-presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Marco Antônio Tavares, os confrontos nacionais que acontecem em Cuiabá, na Arena Pantanal, poderiam ser realizados em Campo Grande se o Morenão não estivesse interditado.

José Luiz explicou que atividades de atletismo e treinos de futebol acontecem normalmente no Estádio; o que está parado é o acesso ao público (Foto: Fernando Antunes)
José Luiz explicou que atividades de atletismo e treinos de futebol acontecem normalmente no Estádio; o que está parado é o acesso ao público (Foto: Fernando Antunes)
Marcas de obras podem ser vistas em arquibancadas (Foto: Fernando Antunes)
Marcas de obras podem ser vistas em arquibancadas (Foto: Fernando Antunes)

“Em termos de espetáculo para o público é que a gente perde. Os jogos da série A que aconteceram em Cuiabá poderiam ter sido aqui. Deixamos de receber a preparação da seleção olímpica, mas como não temos estádio não temos como pleitar nada”, explicou.

Recentemente foi divulgado que o Governo do Estado e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) trabalham uma parceria para que o Estádio seja reaberto em 2017. “A gente torce para que dê certo. A federação só pode torcer, porque não tem nada que possa fazer para ajudar. É uma decisão do Governo e da reitoria, mas seria bom que houvesse a parceria e pudesse recuperar o Morenão”, disse Tavares.

A equipe do Campo Grande News visitou o local e conversou com o Chefe de Divisão de Apoio a Serviços Comunitários e aos Espaços Físicos da UFMS, José Luiz da Rocha Moreira. Ele explica que o público não tem acesso ao estádio, mas atividades esportivas acontecem normalmente.

“A pista de atletismo está sendo usada, onde são realizadas provas seletivas. Treinos do Corpo de Bombeiros, testes de avaliação também acontecem. Alguns times usam o campo também, o que está restrito é o acesso ao público”.

O Chefe de Divisão não comentou sobre as negociações entre a Universidade e o Governo. Sobre as obras no local, ele afirmou que precisam ser feitas adaptações na parte de acessibilidade, como a modernização das rampas de acesso e a elevação dos guarda-corpos.

Em entrevista recente ao Campo Grande News, o presidente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), Marcelo Miranda, afirmou que a proposta é que o Governo fique responsável pelas correções e adaptações que são necessárias no local para receber jogos oficiais, e em troca a Universidade daria concessão de 10 anos ao Estado para uso esportivo do espaço. A meta é que o Estadual do próximo ano seja disputado no Morenão já com a parceria valendo. 

Confira a galeria de imagens:

  • Um dos banheiros do Morenão (Foto: Fernando Antunes)
  • Banco de reservas do Morenão (Foto: Fernando Antunes)
  • Placar quebrado (Foto: Fernando Antunes)
  • (Foto: Fernando Antunes)
  • Setor de cadeiras do Morenão (Foto: Fernando Antunes)
  • Rampa que dá acesso ao setor de cadeiras do morenão (Foto: Fernando Antunes)
  • Vidros das janelas do Guanandizão está danificados (Foto: Alcides Neto)
  • Morador de rua dorme no lado de fora do ginásio (Foto: Alcides Neto)
  • Obras começaram a ser realizadas no local (Foto: Alcides Neto)
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