Pugilistas sobem no ringue por vaga em competição nacional
Evento com 40 lutas é uma das etapas que vai selecionar atletas para competição nacional
A Federação de Boxe de Mato Grosso do Sul realiza neste domingo (5) a segunda etapa do Campeonato Estadual. Com a próxima prevista para julho, serão selecionados sete atletas do masculino e sete do feminino para a competição nacional. As lutas acontecem no Poliesportivo do Vila Almeida, na Avenida Engenheiro Amélio Carvalho Baís.
O evento, que começou no sábado (4), terá ao todo 40 lutas e o ingresso é 1 kg de alimento não perecível. Familiares acompanham as lutas e os atletas explicam que um dos maiores anseios para tornar o esporte mais conhecido na Capital é o patrocínio privado. Alguns já têm bolsa atleta do Governo do Estado, mas ainda assim é difícil manter-se no esporte e divulgar os evento.
O vice-presidente da federação, Marcelo Nunes, avalia que ao longo dos anos o nível de performance dos atletas tem se elevado e a competição de hoje corresponde à expectativa dos treinadores.
“Contamos com apoio da Fundesporte, mas os atletas têm pouco patrocínio privado. Muitas vezes, os empresários não veem o esporte amador como algo que traz lucro e acabam não apoiando. O esporte em si precisa de mais, além do patrocínio do Governo, precisa do patrocínio privado”, comenta Marcelo.
Com 16 anos, Davi Lopes compete na categoria cadete, que reúne atletas de até 66 quilos. Ele começou a treinar há 5 meses e confirma que conseguir patrocínio é um dos desafios.
“A luta foi difícil, dei o meu melhor, apanhei também, mas consegui uma vitória por nocaute técnico. Quem me apresentou o esporte foi um amigo e, desde então, estou treinando. Não tenho patrocinador e quem me apoia são meus avós. Para o esporte se popularizar falta divulgar mais. Tem poucas escolas, mas é fácil buscar na internet. Vejo que o esporte no Estado é bem organizado”, avalia David.
Mecânico, Rober Fabian Caracho Zelilla, de 26 anos, mora no Paraguai e veio para a competição ao saber por meio de amigos. Ele ficou impressionado com a qualidade da arbitragem.
“Acontece muito de colocar competidores com pesos de diferença muito grande em uma luta no Paraguai e aqui não tem isso. A luta é meu hobby, mas se surgir oportunidade de ser profissional com patrocínio eu toparia”, disse Rober.
Morador de Sidrolândia, Cleomar Soares, de 25 anos, treina em Campo Grande, porque não tem academia de boxe na sua cidade.
“Luto há um ano e nove meses e já passei por várias competições. Estou há 12 lutas sem derrota. Conheci o box quando fazia Kickboxing, em Sidrolândia, mas a academia fechou e vim para Campo Grande, onde tive o primeiro contato com o boxe”, contou Cleomar, que foi vice-campeão brasileiro de kickboxing.
A rotina é apertada. Ele trabalha em um laboratório e viaja à Capital três vezes por semana para os treinos e o preparo físico faz em Sidrolândia, tudo sem patrocínio público ou privado. “Tenho apenas a ajuda de um preparador, um massoterapeuta e dois treinadores”, contou.
Participam do campeonato, lutadores de Campo Grande, Corumbá, Ponta Porã, Ladário, Sidrolândia, Aparecida do Taboado, Dois Irmãos do Buriti, Dourados e Aquidauana, além dos estados de Mato Grosso e São Paulo e do País vizinho, o Paraguai.
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