Times de amputados e surdos mostram que futebol é para todos
Praça esportiva Belmar Fidalgo, no Centro da Capital, recebeu evento na tarde deste sábado
Times de futebol de pessoas amputadas e surdas se reuniram neste sábado na Praça Esportiva Belmar Fidalgo, no Centro de Campo Grande.
Joel Faustino, de 47 anos, é técnico Pantanal Esporte Clube, time de amputados. Ele sofreu um acidente motocicleta há 15 anos que interrompeu o sonho de ser jogador de futrebol. Inclusive chegou a atuar no time de base do Operário.
Sobre o evento, Joel diz que “é uma ótima iniciativa pois mostra que a pessoa com deficiência pode fazer o que quiser, não somos coitados, andamos de bicicleta, trabalhamos e também jogamos futebol”.
O Pantanal é o único time do Estado que disputa competições nacionais. Os treinos ocorrem duas vezes por semana, também no Belmar Fidalgo. Os jogadores de linha têm deficiência nos membros inferiores e os goleiros nos superiores.
Francisco Alberto Martinez, de 51 anos, é o goleiro do time e atua como servidor público em Aquidauana, a 130 km da Capital. Ele conta que sofreu um acidente em 1994, quando era operador de máquina de esteira. Já são dois anos integrando o time de amputados.
“Estamos bem animados e vamos comemorar na Pantaneta”, brincou o servidor, citando o evento que ocorre neste fim de semana em Aquidauana.
Cristina Rosa, de 36 anos, é pedagoga e treinadora do time feminino Resenha, que acompanha os amputados nos treinamentos duas vezes na semana. “No inicio [elas] tinham medo das muletas, mas depois acostumaram. São bons de bola, têm um domínio incrível, são guerreiros e a história de vida é de impressionar”, diz.
O time foi criado em 2019, mas as amigas jogam juntas há 20 anos. “As vezes a gente cansa e eles nos estimulam a continuar. Esse evento vai ajudar a conseguirem mais espaço. Amputados podem tudo”, completa.
A subsecretária de Defesa dos Direitos de Humanos de Campo Grande, Thais Helena, acompanhou o evento de perto e diz que outros jogos estão previstos para o futuro. “Esse é o primeiro de muitos que queremos fazer, trazer um campeonato, trazer visibilidade para eles. Inclusão mesmo, de verdade”, disse.
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