A mudança que muda tudo e a mudança que nada muda
Um problemão por dia – A gestão municipal tem que "matar um leão por dia". Na quarta-feira, secretários corriam atrás de recursos para acabar com greve na Santa Casa. Ontem, reuniões com o primeiro escalão do Governo do Estado buscavam local para descarregar todo o entulho acumulado em caçambas pela cidade em um mês.
Agenda cheia – Os dias têm sido curtos. Ainda esta semana, a gestão de Marquinhos Trad (PSD) suspendeu pagamentos a fornecedores e lançou auditoria interna; firmou convênio de R$ 50 milhões com o Estado para recapear ruas; anunciou R$ 182 milhões arrecadados com IPTU; a quitação dos salários e 13º atrasados, além, é claro, de mais vistorias a tapa-buracos.
Tudo é equilíbrio – A governadora em exercício, Rose Modesto (PSDB), não discorda do jeito de administrar adotado por Marquinhos em Campo Grande, nem de suas andanças e vistorias. "Mas é preciso que o anseio popular se reverta em decisões concretas e isso é feito dentro do gabinete. Tudo é equilíbrio", pondera a tucana.
Apelo funcionou – O apelo de Marquinhos para que a população pagasse o IPTU em dia surtiu efeito. A expectativa era arrecadar R$ 150 milhões, mas R$ 179 milhões entraram nos cofres municipais. O que se via na Central do IPTU horas antes do fim do prazo para pagar com desconto eram longas filas de contribuintes com o carnê em mãos.
Carro antes dos bois – Os 18 vereadores novatos que ingressaram na Câmara Municipal já participam de comissões e despacham em seus gabinetes. Porém, ainda não há data para o ‘curso de boas-vindas’ que deve situá-los sobre o funcionamento da casa, como é legislar, como fazer e apresentar um projeto de lei, além de detalhes sobre o regimento interno.
Trabalho – Enquanto boa parte dos vereadores está ocupada trabalhando em comissões, atendendo à população e coordenando reformas nos gabinetes, outros aproveitam o recesso parlamentar para tirar férias ou resolver questões pessoais, como lhes é de direito. Entretanto, uma ausência é sentida no ambiente da Câmara, a do vereador Vinicius Siqueira (DEM).
Mudança – Dizendo defensor de mudanças na casa de leis, Vinicius foi o único a votar contra a chapa que reconduziu o vereador João Rocha (PSDB) à presidência da mesa diretora, mas ainda não apareceu para ocupar o próprio gabinete.
Ausência – “Desde o dia primeiro ele não aparece aqui”, diz um vereador que pediu anonimato e demonstrou incômodo com o fato de Vinicius utilizar mais as redes sociais para se manifestar do que os corredores do Legislativo. “Aqui é o lugar para o vereador falar. Aqui é a casa de leis”.
Não participa – Outro fato que gera comentários nos corredores é que novato não tirou junto com os colegas a foto oficial para a galeria da casa, o que fez com que faltasse apenas a imagem dele em 1º de janeiro, dia da posse e eleição da mesa diretora. Dizem também que ele não participou da reunião que definiu as escolhas dos gabinetes.
Portas fechadas – A reportagem do Campo Grande News esteve durante a semana em vários momentos na Câmara. Nos dias que esteve presente, a porta do gabinete de Vinicius estava fechada. Tentamos entrar em contato com o parlamentar pelos telefones do gabinete e no pessoal, mas não obtivemos resposta.
(com Alberto Dias e Richelieu de Carlo)