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Diante de surpresas, a antiga arte de pechinchar

Waldemar Gonçalves | 04/01/2017 06:00

Surpresas – Depois de dizer que a primeira providência da nova gestão da Capital seria se inteirar da realidade da prefeitura para depois agir, o secretário municipal de Governo, Antônio Lacerda, falou ontem, sem entrar em detalhes, que estão encontrando “muitas surpresas” durante o levantamento. Ou seja, divergências entre dados aprensentados na fase de transição e os detectados agora.

Por um triz – A Prefeitura de Campo quase teve a luz a água cortadas, por exemplo. O motivo? Seis meses de contas em atraso, que somam cerca de R$ 12 milhões, deixadas pela gestão Bernal. Para conseguir manter a luz acesa, Marquinhos diz que procurou a Energisa para pedir um voto de confiança. E foi atendido.

Confie em mim – Aliás, Trad tem pedido muitos "votos de confiança". Já na posse, pediu paciência ao campo-grandense. Na segunda-feira (2), pediu voto de confiança às três empresa que fazem tapa-buraco. Além de confiança, Trad pede paciência para os credores do município: "devo, não nego, pago quando puder", brincou.

Pechinchar – Com R$ 41 milhões, Trad também lança mão da "criatividade" para gerir a cidade. Uma das estratégias, segundo ele, é o usar o sangue libanês e sua habilidade para "pechinchar". Foi assim que conseguiu "pagar menos e aumentar as equipes de tapa-buracos". Também pediu que a população ajude: "por favor, paguem o IPTU".

Curioso – O vereador William Maksoud Neto (PMN) marcou presença na reunião entre o prefeito, Marquinhos Trad (PSD), e membros do Ministério Público Estadual sobre a situação dos terceirizados da Omep e Seleta. Questionado sobre a presença, o parlamentar desconversou. Já a assessoria do prefeito disse que o parlamentar apenas acompanhou o encontro.

Lotada – Aliás, a sala de reunião deve ter ficado cheia. Do MPE estavam o procurador-geral, Paulo Cezar Passos, e o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira. Da equipe da Prefeitura estavam as secretárias de Assistência Social, Maria Angélica Fontanari, e Educação, Ilza Mateus de Souza; a vice-prefeita, Adriane Lopes, além de advogados e assessores.

De fora – A conversa foi a portas fechadas, sendo que à imprensa não apenas foi vetado acompanhar o encontro, como nem foi permitido entrar nas dependências do MPE. A liberação só aconteceu após 1 hora e 30 minutos de deliberações.

Delito – “Ele [Bernal] estaria preso e a gente também”, declarou o diretor da Solurb, Fernando Garcia, ao ser questionado, após reunião com Marquinhos, sobre os prejuízos ao caixa da prefeitura de R$ 120 milhões através de superfaturamento de serviços, apontados pela própria equipe do ex-prefeito Alcides Bernal (PP).

Balançado – O vereador Paulo Siufi (PMDB) disse que ficou balançado depois da posse, domingo (1), e que pode permanecer na Câmara Municial, abrindo mão da vaga na Assembleia Legislativa, no lugar deixado por Marquinhos Trad (PSD). "Se tivesse que decidir hoje, ficaria na Câmara. São 12 anos e meu coração está lá. Foram muitos pedidos dos colegas para que eu ficasse".

Nem ligo – Sobre as vaias que recebeu ao entregar o cargo de prefeito, Alcides Bernal (PP) disse ao Campo Grande News não ter se abalado e atribuiu o fato a um grupo ligado "a um vereador", mas que isso faz parte da democracia. "O próprio empossado reconheceu no discurso como foi importante o nosso apoio", disse.

(com Alberto Dias e Richelieu de Carlo)

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