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Jogo Aberto

Na 'guerra' pelo impeachment, deputado apela com 'fuzil'

Waldemar Gonçalves | 13/04/2016 06:00
Marun com a Constituição na mão na Câmara dos Deptuados: "meu fuzil" (Foto: Reprodução / Facebook)
Marun com a Constituição na mão na Câmara dos Deptuados: "meu fuzil" (Foto: Reprodução / Facebook)

A arma – “Neste ‘golpe’ a Constituição é meu fuzil”. A frase ilustra postagem, feita ontem pelo deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), em que ele aparece ao lado do colega Geraldo Resende (PSDB), com a Carta Magna em mãos, em sessão da comissão do impeachment na Câmara dos Deputados. Na imagem do perfil dele no Facebook tem a frase “não vai ter golpe, vai ter impeachment”.

Na luta – Marun tem sido um dos mais fervorosos parlamentares em defesa da saída de Dilma do poder. Mesmo na figura de suplente, aparece sempre nas reuniões da comissão que analisa o pedido de impeachment da petista. Ontem cedinho, sua página no Facebook já trazia: “Estou cada dia mais seguro que o afastamento da presidente está próximo”.

Tome inteligência – O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirma que em todas edições da Caravana da Saúde, uma das marcas de sua gestão, houve parceria com a prefeitura local e que espera o mesmo em Campo Grande. Ele ponderou que já foi mandado documentação para oficializar este trabalho e espera a resposta do prefeito, Alcides Bernal (PP). "Não seria algo inteligente do município sede não participar da edição", disse o tucano.

Se não quiserem... – Reinaldo ainda ponderou que a região de Campo Grande contempla 17 municípios e que, se a prefeitura não quiser a parceria, o governo tem condições para realizar sozinho o evento, já que possui sua devida estrutura e preparo para as ações. "Se eles não quiserem, vamos fazer mesmo assim", encerra o governador.

Força para o MST – O deputado estadual Carlos Alberto Davi, o Coronel Davi (PSC), disse ontem ter conversado por telefone com um indignado diretor da Força Nacional de Segurança. Tal dirigente, disse o deputado, contou ter pedido desligamento do cargo porque, em vez de proteger o País, sua equipe tinha sido deslocada para proteção de grupo sem-terra, que foi a Brasília (DF) protestar contra o impeachment de Dilma Rousseff. "Fico indignado, pois não foi por esta razão que este grupo foi criado, está fugindo da finalidade", falou o parlamentar.

Ditador? – De um lado, Bernal reclama que o Legislativo não aprova nenhum projeto do Executivo. Do outro, o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB), recorre ao passado para comentar a situação. “Quanto ele (Bernal) foi eleito, veio aqui e disse ‘agora eu tenho a caneta na mão’, mas se esqueceu que são três os poderes e que nós podemos fiscalizar. Mas, alguém que se manifesta desta maneira ditatorial não pode ter liberdade para fazer o que bem entende”.

Mau negócio – Entre os projetos que Bernal reclama que não foram aprovados está a liberação de tomada de empréstimo de US$ 12 milhões, oferecido pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). De acordo com João Rocha, tal montante é sobra de outros municípios que não quiseram pegar esse financiamento. “E por que nós precisamos pegar, pagando juros dolarizados, num momento em que a prefeitura está em situação difícil?”, questiona o vereador, lembrando do impasse em relação ao aumento salarial de servidores, crises na educação, saúde, e que a cidade está sem manutenção. “Temos outras prioridades e não podemos comprometer ainda mais a capacidade financiamento da cidade”.

Orelha coçando – Após suspensão da sessão na terça-feira (12), os vereadores de oposição voltaram afiados e sincronizados no ataque ao prefeito. Como se usassem tática de guerrilha, o primeiro golpe partiu do vereador Mario Cesar (PMDB): “Diálogo? Que diálogo ele sabe fazer?”. Seguido de Paulo Siufi (PMDB): “Ele é um mentiroso ardiloso”. Na sequência entrou Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB): “É um prefeito de faz de conta”. E, para fechar a sequência, Carla Stephanini (PMDB): “É uma pessoa que não se dá ao tamanho do cargo que ocupa”. Tudo por conta do que chamam de “pseudo reposição salarial ao servidor”.

Golpes finais – Para finalizar, Mario Cesar chamou a proposta de reajuste de ridícula, mentirosa e criminosa, complementado pelo vereador Marcos Alex (PT) reclamando que o aumento real, que será dado imediatamente, nem chega a 3%. “E agora vem dizer que a Câmara virou as costas? Ah vá!”, reagiu o petista.

Quero ser prefeito – “Sou candidato. Não vou abrir mão. E isso é irreversível”, dizia Alex do PT em um canto enquanto rolava a sessão ontem na Câmara Municipal. Segundo ele, a ideia surgiu quando o deputado José Orcírio, o Zeca do PT, abriu mão da candidatura. “Falei com (deputado estadual) Cabo Almi, com (deputado estadual) Pedro Kemp, com o (presidente regional do PT) Biffi, com o (deputado estadual) Amarildo e ninguém quis. Agora eu vou até o fim”. Já tenho um projeto para a cidade e logo vocês vão conhecer.

(com a redação)

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