Vereador da Capital falta ao trabalho para tietar Bolsonaro
Trabalhar pra quê? – O vereador de Campo Grande Tiago Vargas (PSD) faltou à sessão da Câmara Municipal na terça-feira (29) para ir a Ponta Porã prestigiar a visita do presidente da República. O presidente da Casa de Leis, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), chegou a anunciar a ausência justificada do parlamentar.
Selfie – Imagens recebidas pela coluna mostram Vargas tentando fazer selfie com Bolsonaro. O parlamentar nem sequer tentou participar remotamente da sessão, como fez o deputado estadual Renan Barbosa Contar, o Capitão Contar (PL), que votou nos projetos da Ordem do Dia da Assembleia Legislativa.
Nada VIP – Sem tratamento especial, autoridades e deputados bolsonaristas tiveram que esperar na fila, junto com o público, para entrar na tenda montada para o evento de entrega de títulos de terra no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (29). A organização não preparou lista VIP, da expressão inglesa Very Important Person.
Espera – Dentre os que ficaram sob o sol, estavam os deputados estaduais Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PL), Renato Câmara (MDB) e Antonio Vaz (Republicanos), além do prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP), e o diretor-presidente da Energisa, Marcelo Vinhaes Monteiro. A espera foi de cerca 40 minutos, porque as pessoas convidadas para a cerimônia tiveram de passar por dois detectores de metais instalados no local.
Barrados – Pessoas vestidas com camisetas iguais foram impedidas de entrar para evitar problemas para o presidente com a Justiça Eleitoral, já que as mensagens nas roupas podem caracterizar campanha antecipada e em evento custeado com dinheiro público.
Estratégia – Para passar pelos “fiscais”, a equipe de Rodolfo Nogueira, presidente do Partido Liberal em Mato Grosso do Sul e pré-candidato a deputado federal, teve de virar as camisetas do avesso.
Só os fãs – Apesar de lotada, na plateia havia pouca gente que vive no assentamento, além do grupo que representou os 2,6 mil assentados, que agora, terão os títulos de suas terras. O público era composto basicamente de fãs, boa parte deles de outras cidades, como Dourados e Ponta Porã. O pessoal de Nioaque, onde Bolsonaro serviu ao 9° Grupo de Artilharia de Campanha, também marcou presença.
Segurança reforçada – Protestos também foram evitados. O forte aparato de segurança teve apoio do Exército, que espalhou militares por toda a rodovia de acesso ao assentamento. A única manifestação contra o presidente ontem foi uma pintura no asfalto logo na entrada para o local do evento que dizia #ForaBolsonaro.
Memória afetiva – Como de praxe, sempre que visita Mato Grosso do Sul, o presidente Jair Bolsonaro (PL) faz questão de relembrar os tempos em que passou lotado no batalhão do Exército de Nioaque, em meados de 1979.
De elefante – Desta vez, em seu discurso em Ponta Porã, Bolsonaro lembrou até a espécie dos peixes que pescava e os cultivares que plantava em solo sul-mato-grossense. “Recordo das pescarias no Rio Nioaque, onde eu pegava sacos e mais sacos de curimbatá e fazia churrascos de mandioca. Também plantava arroz e no meio da plantação, cultivava melancias, que depois levava para doar no quartel”, rememorou o presidente.
Cutucada – Em entrevista bem-humorada ao Lado B, o ex-governador André Puccinelli (MDB), que não ficou de fora da inauguração do Bioparque Pantanal, projeto idealizado por ele como “Aquário”, aproveitou para dar alfinetada. O repórter Samuel Isidoro perguntou se ele tinha visto a sucuri exibida em um dos tanques e o pré-candidato ao governo respondeu afirmativamente, comentando que perto das cobras “políticas” que participaram do evento “aquela é pequenininha”.
