Casa da Afonso Pena mistura estilo, com lareira no meio da sala e poço no jardim
Navegando entre o neocolonial mexicano e estilo mediterrâneo, o casarão da Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua Espírito Santo, tem de peculiaridade o mesmo tanto que tem de história. Erguido na década de 70, o projeto do arquiteto campo-grandense Avedis Balabanian permaneceu os últimos seis anos fechado e a despertar curiosidade por quem passava por ali há muito mais tempo. Nessa terça-feira, o Lado B percorreu os 2 mil metros quadrados de terreno no lançamento da mostra de arquitetura "Morar Mais por Menos", que será aberta ao público em novembro.
A mescla de estilos vem de elementos da arquitetura mexicana junto do mediterrâneo, caracterizado principalmente por luxo, espaços amplos e na maioria das vezes, na cor branca. Comum em todas as paredes da casa, desde o muro, além do branco, a estrutura delas é grossa, justamente para refletir o calor. A textura, feita a partir do próprio reboco segue formas arredondadas.
Imponente desde a entrada, a casa tem pelo menos quatro salas e quatro quartos, além da cozinha, lavanderia, jardins, piscina e área gourmet. Somados, os ambientes dão 43 espaços distribuídos na mostra. Os espaços são divididos por graciosos degraus e apresentam entre azuelojs, pedras, madeiras e piso cerâmico, todo material original da construção. A recepção aos visitantes fica por conta do hall que exibe um pé direito de 6m com uma pequena sacada acima. Resumida só a janela, é preciso erguer os olhos para enxergar o que de cima se vê com facilidade.
O caminho pela casa segue à esquerda, onde duas salas se dividem através da lareira. De pedra e suporte de ferro, ela surge no meio do ambiente, fazendo dele um duo. Quem sabe de visitas, quem sabe de jantar. Dos 2 mil metros quadrados, 1,7 mil deles é de área construída e em cada ambiente, um detalhe faz a diferença, ora os azulejos portugueses, ora as fontes que fazem as vezes de pia nos banheiros.
De portas e janelas de madeira maciça, na terceira sala os olhos se voltam à cúpula do teto. Abobadada, o detalhe em vermelho recebe o lustre e atina a curiosidade para aquela cena. Ali, o previsto é se instalar a sala de almoço. O corredor que leva aos quartos revela o piso de cerâmica desenhado à mão. As suítes vêm acompanhadas do banheiro e closet. Na principal, uma banheira embutida na pedra é o destaque do banheiro, junto do cimento esculpido que formam dois cisnes. Em todos os armários são embutidos e acompanham um cofre.
A parte externa é tomada por jardins e varandas. Um poço dá o ar da graça no centro do verde, onde mais acima está a piscina e a área gourmet.
Mostra - A escolha pelo lugar, para ser sede da terceira edição da mostra, depois de uma casa da Rua da Paz e o Rádio Clube Cidade, veio após meses de negociação. A mostra trabalha o conceito "o chique que cabe no bolso", pregando decoração viável, com itens de valor menor, ao mesmo tempo em que precisa ser elaborada e criativa. Ou seja, a partir do lançamento, arquitetos e designers que adquirem o espaço têm de trabalhar brasilidade, sustentabilidade, inclusão social, tecnologia e inovação em cada projeto.
Entre os 43 ambientes, a previsão é de reunir 70 profissionais da arquitetura, design e construção. Diretor executivo da mostra, Rafael Toneto, explica que a casa recebia manutenção mensal ao longo desses 6 anos, mas que ainda assim, é um desafio aos arquitetos. "Eles pegam o projeto no estado em que a casa está, crua, para transformar num outro mundo. O desafio é muito grande", completa.
A mostra abre no dia 5 de novembro e deve ficar até 13 de dezembro. A média de preço da entrada é, segundo os organizadores, de R$ 20,00 a meia-entrada.
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