Inspirado no fundo do mar, sala para criança tem aquário e sofá em forma de bote
A sensação de quem entra na sala é estar dentro de um navio em alto-mar. Inspirado nas profundezas das águas, o "Estúdio da Criança", projetado pelas arquitetas Kamala Escalante e Mirna Conti, na Casa Cor MS, propõe uma viagem ao fundo do mar com direito à escotilhas onde se vê peixes de pertinho.
"Nesse espaço a gente imaginou uma viagem ao oceano, colocando detalhes que remetem a isso desde o aroma", explica Kamala. O cheiro do estúdio é de essência de pitanga. As três escotilhas têm por trás aquários. O sofá, desenhado pela dupla e mandado fazer aqui mesmo, é em formato de bote salva-vidas voltado para a televisão.
A mostra que está sendo realizada no Hospital do Câncer Alfredo Abrão ficará com o espaço mesmo depois do fim da Casa Cor. O estúdio vai receber a quimioterapia infantil. Com o tema, os pequenos pacientes terão a chance de viajar pelas águas sem sair do lugar. Uma tentativa de transportá-los para longe do clima do hospital, das agulhas e medicamentos na veia e fazer com que a luta contra o câncer fique em terra.
"Tentamos ser o mais fiel possível à arquitetura marítima. O motivo de escolher a água é pelo efeito dela de transmitir paz, tranquilidade", completa Kamala. Pelo espaço mesinhas, cadeiras e puffs estão distribuídos de forma que os passageiros possam desfrutar da viagem lendo e brincando.
A estrutura do teto e das paredes também chama atenção pelo formato arredondado, feita em gesso acartonado, do piso ao teto, tudo foi revestido com material vinílico. O detalhe redondo com a imagem de água é um black light. A impressão de fundo do mar vem da lona esticada com iluminação em fitas de led por trás, explica Kamala.
À frente dos três aquários instalados, a porta das escotilhas são de correr, o que possibilita a manutenção, como troca de água e alimentação dos peixes. Para dar a sensação de um aquário só, as arquitetas usaram uma única imagem grande de fundo. "Pegamos e recortamos em três partes iguais. São vidros de acima de 10 milímetros", pontua Kamala.
O aquário pode ser feito em casa, mais uma ideia que se pode tirar da mostra. O preço médio, segundo as responsáveis pelo projeto é de R$ 2 mil para cada aquário.
Outro lugar destinado aos baixinhos saiu do projeto de Débora Nunes, Giovanna Rottili e Maria Luiza Bernardes, uma brinquedoteca, que também ficará na sua totalidade ao hospital. "Foi projetada para as crianças descansarem, relaxarem e estudarem também", descreve Débora.
Mesinhas estão por toda parte, além de um sofá em forma de "arquibancada", todo colorido, para as crianças acompanharem filmes na televisão. A brinquedoteca tem toda parede grafitada. As mãos do grafiteiro Gilberto resgataram das histórias em quadrinhos os traços para brincar. No centro, madeiras imitam o tronco de árvores e as folhas estão também no traçado do teto.
Uma outra parede usou tinta para ser transformada em lousa. O velho quadro negro entra em cena quando o lugar também será voltado para lições de casa.
"É para eles saírem do ambiente de hospital, soltarem a imaginação. Eles podem pegar brinquedos, cineminha, o espaço é todo deles", completa Débora.
A Casa Cor MS abre de terça a domingo, das 16h às 22h, na rua Marechal Cândido Mariano Rondon, 1.053, novo prédio do Hospital do Câncer. O valor do ingresso é R$ 30,00 e R$ 15,00 a meia-entrada.