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Arquitetura

Inspirado no fundo do mar, sala para criança tem aquário e sofá em forma de bote

Paula Maciulevicius | 04/08/2014 06:34
"Estúdio da Criança" propõe uma viagem ao fundo do mar com direito à escotilhas onde se vê peixes de pertinho. (Fotos: Marcelo Calazans)
"Estúdio da Criança" propõe uma viagem ao fundo do mar com direito à escotilhas onde se vê peixes de pertinho. (Fotos: Marcelo Calazans)

A sensação de quem entra na sala é estar dentro de um navio em alto-mar. Inspirado nas profundezas das águas, o "Estúdio da Criança", projetado pelas arquitetas Kamala Escalante e Mirna Conti, na Casa Cor MS, propõe uma viagem ao fundo do mar com direito à escotilhas onde se vê peixes de pertinho.

"Nesse espaço a gente imaginou uma viagem ao oceano, colocando detalhes que remetem a isso desde o aroma", explica Kamala. O cheiro do estúdio é de essência de pitanga. As três escotilhas têm por trás aquários. O sofá, desenhado pela dupla e mandado fazer aqui mesmo, é em formato de bote salva-vidas voltado para a televisão.

A mostra que está sendo realizada no Hospital do Câncer Alfredo Abrão ficará com o espaço mesmo depois do fim da Casa Cor. O estúdio vai receber a quimioterapia infantil. Com o tema, os pequenos pacientes terão a chance de viajar pelas águas sem sair do lugar. Uma tentativa de transportá-los para longe do clima do hospital, das agulhas e medicamentos na veia e fazer com que a luta contra o câncer fique em terra.

"Tentamos ser o mais fiel possível à arquitetura marítima. O motivo de escolher a água é pelo efeito dela de transmitir paz, tranquilidade", completa Kamala. Pelo espaço mesinhas, cadeiras e puffs estão distribuídos de forma que os passageiros possam desfrutar da viagem lendo e brincando.

A estrutura do teto e das paredes também chama atenção pelo formato arredondado, feita em gesso acartonado, do piso ao teto, tudo foi revestido com material vinílico. O detalhe redondo com a imagem de água é um black light. A impressão de fundo do mar vem da lona esticada com iluminação em fitas de led por trás, explica Kamala.

Feita em gesso acartonado, estrutura do piso ao teto, foi revestida com material vinílico.
Feita em gesso acartonado, estrutura do piso ao teto, foi revestida com material vinílico.
Para dar a sensação de um aquário só, as arquitetas usaram uma única imagem grande de fundo.
Para dar a sensação de um aquário só, as arquitetas usaram uma única imagem grande de fundo.
Impressão de fundo do mar do teto vem da lona esticada com iluminação em fitas de led por trás.
Impressão de fundo do mar do teto vem da lona esticada com iluminação em fitas de led por trás.

À frente dos três aquários instalados, a porta das escotilhas são de correr, o que possibilita a manutenção, como troca de água e alimentação dos peixes. Para dar a sensação de um aquário só, as arquitetas usaram uma única imagem grande de fundo. "Pegamos e recortamos em três partes iguais. São vidros de acima de 10 milímetros", pontua Kamala.

O aquário pode ser feito em casa, mais uma ideia que se pode tirar da mostra. O preço médio, segundo as responsáveis pelo projeto é de R$ 2 mil para cada aquário.

Brinquedoteca tem toda parede grafitada com traços das histórias em quadrinhos. (Fotos: Marcos Ermínio)
Brinquedoteca tem toda parede grafitada com traços das histórias em quadrinhos. (Fotos: Marcos Ermínio)

Outro lugar destinado aos baixinhos saiu do projeto de Débora Nunes, Giovanna Rottili e Maria Luiza Bernardes, uma brinquedoteca, que também ficará na sua totalidade ao hospital. "Foi projetada para as crianças descansarem, relaxarem e estudarem também", descreve Débora.

Mesinhas estão por toda parte, além de um sofá em forma de "arquibancada", todo colorido, para as crianças acompanharem filmes na televisão. A brinquedoteca tem toda parede grafitada. As mãos do grafiteiro Gilberto resgataram das histórias em quadrinhos os traços para brincar. No centro, madeiras imitam o tronco de árvores e as folhas estão também no traçado do teto.

Uma outra parede usou tinta para ser transformada em lousa. O velho quadro negro entra em cena quando o lugar também será voltado para lições de casa.

"É para eles saírem do ambiente de hospital, soltarem a imaginação. Eles podem pegar brinquedos, cineminha, o espaço é todo deles", completa Débora.

A Casa Cor MS abre de terça a domingo, das 16h às 22h, na rua Marechal Cândido Mariano Rondon, 1.053, novo prédio do Hospital do Câncer. O valor do ingresso é R$ 30,00 e R$ 15,00 a meia-entrada.

Mesinhas estão por toda parte, além de um sofá em forma de "arquibancada", todo colorido, para as crianças acompanharem filmes na televisão.
Mesinhas estão por toda parte, além de um sofá em forma de "arquibancada", todo colorido, para as crianças acompanharem filmes na televisão.
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