Locomotiva de 20 toneladas está pronta para renovar trecho da Orla Ferroviária
Planurb quer repaginar o local, mas o projeto completo está previsto para ficar pronto só daqui quatro anos.
O desejo de trazer vida para o trecho com a memória dos trilhos, entre Avenida Afonso Pena e Mato Grosso, conhecido como Orla Ferroviária, é antigo. Mas na próxima semana a prefeitura promete inaugurar essa nova fase do lugar que nunca vingou. Vai entregar uma parte da obra de revitalização da área, destinada à visitação, prática de esportes e eventos culturais, segundo a Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano).
Depois de quatro anos de abandono, só sobraram vagões de madeira destruídos onde deveria funcionar a venda de comida, primeira ideia para cerca de um quilômetro de calçadão. De lá pra cá, muito se falou sobre a ocupação do local, mas nada de prático ocorreu, apenas desistência.
Mas com o projeto do “Reviva Centro”, que trata da revitalização da área central da cidade, ampliar a obra até o calçadão voltou à tona. A diferença, diz a diretora-presidente Berenice Domingos, é que desta vez o lugar será abraçado pela comunidade. “A gente percebeu que na revitalização entregue em 2012 a comunidade não se apropriou deste espaço. Porque a antiga gestão não deu continuidade as atividades e projetos no local”, justifica a diretora.
Um novo projeto feito pelas arquitetas Paula Ortiz e Olga da Rosa, vai muito além dos vagões já existentes e inclui mudar totalmente a cara do local. O espaço vai receber bicicletário, totens com QRCode, wifi à vontade, equipamentos esportivos, playground e vagões de verdade destinados a secretarias que atenderão visitantes. A revitalização vai se estender a Praça Aquidauana que ganhará luminárias que durante o dia servirão de sombras e à noite encantarão pelo formato exótico.
Mais a frente haverá quadra de esportes, espaço para venda de alimentos, parada para food trucks e um enorme letreiro com nome da cidade, semelhante ao que faz sucesso em Amsterdã, por exemplo. Mas tudo isso ainda não saiu do papel e só tem previsão para ficar pronto daqui quatro anos, diz a diretora, que também ainda não tem o custo total da obra.
Por ora, o que público vai ver na próxima semana, no dia 11, é revitalização apenas do trecho entre Rua Antônio Maria Coelho e Avenida Mato Grosso, mais precisamente na frente do Hotel Gaspar, prédio com seis décadas de história junto à estação.
Nesta primeira etapa será inaugurado o monumento da “Maria Fumaça”. Uma locomotiva com 5 metros de altura, 20 de comprimento e cerca de 20 toneladas, que ficará suspenso em um balanço que dará a impressão que levantará voo. A locomotiva foi financiada por uma instituição privada e o primeiro passo custou cerca de R$ 380 mil.
No local, também haverá um totem com QRCode e texto informativo sobre o monumento. “É uma homenagem aos 100 anos de Campo Grandes elevados a categoria de cidade”.
O objetivo, diz Berenice, é fazer um resgate da memória e cultura da cidade que também começou ali. “As pessoas mais jovens não tem esse conhecimento sobre como a cidade de constituiu e precisamos fazer um resgate disso. Por isso vamos trabalhar no local com as colônias que também fazem parte da história de Campo Grande”.
Para o futuro, outro detalhe que promete surpreender é um jardim japonês, realizado pela Colônia Japonesa e que o projeto será apresentado na inauguração da primeira fase.
Ainda sem locomotiva e com a equipe nos retoques finais da revitalização, o espaço volta a funcionar oficialmente no dia 11 com show de Almir Sater e Geraldo Espíndola cantando uma música inédita, composição para a nova Orla Ferroviária. A abertura está marcada para 19h.
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