Móveis surgem no computador e são montados sem pregos por Paulo
Mobília é toda autoral, desenhada digitalmente e modelada em uma máquina de corte computadorizado
Os móveis do arquiteto Paulo Ricardo Domingos Magalhães, de 25 anos, são todos autorais, desenhados digitalmente, cortados em uma máquina de corte computadorizado e montados apenas no encaixe, sem a necessidade de parafusos ou pregos.
Durante a faculdade, Paulo aprimorou o gosto que sentia por móveis até conseguir montar uma linha própria. “Eu desenho todos os modelos no computador. Com esse projeto, mando tudo para uma máquina, que corta as peças e depois, eu só preciso lixar, passar o selante e encaixar”, detalha.
São vários tipos de móveis: luminária, cadeiras, mesas de apoio, sapateiras, casinha para o pet e até espelhos. “Dependendo do tamanho do móvel e se a pessoa for movimentar muito, eu passo uma cola. Mas em geral, todos os móveis podem ser desmontados, sem problemas”, acrescenta.
Esses tipo de móvel é uma tendência estadunidense, conforme explica Paulo. “O produto fica mais prático. É possível, inclusive, até criar móveis para crianças brincarem de montar e desmontar”, ressalta.
O material utilizado é o compensado naval, que vem em uma chapa. “Eu consigo programar de um jeito que os cortes utilizem o máximo possível da chapa, evitando desperdício. E quando sobram pedaços menores, penso em móveis menores pra fazer”, expressa.
Paulo também personaliza os móveis para os clientes. “É possível pintar também algumas partes, se a pessoa não quiser deixar a aparência natural da madeira”, comenta.
Paulo se aprofundou no assunto ainda durante a faculdade, em um grupo de pesquisa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), onde estudou sobre ferramentas e fabricação digital.
Em um software de criação digital chamado Rhinoceros, ele desenha todas as peças. O arquivo dali gerado, vai para uma máquina do tipo CMC Router, sigla que traduzida do inglês significa Máquina de Controle Computadorizada. Ela corta as peças de acordo com os comandos inseridos.
“A máquina pertence à marcenaria, no local onde eu trabalho. No início, meus chefes me deixavam usar a máquina entre um cliente e outro, quando ela ficava parada. Assim, pude aprimorar”, relembra.
Paulo ainda conseguiu recursos por meio do programa do Governo Federal intitulado Centelha, que dá um incentivo financeiro para projetos de inovação tecnológica. Assim, Paulo agora já passou a sócio da empresa, cujo uso da máquina lhe foi oferecido como convite.
O TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Paulo foi, inclusive, sobre esse assunto. Defende a parte social do urbanismo, e, unindo ao seu trabalho, que móveis produzidos assim são capazes até de serem feitos em larga escala.
“As ferramentas digitais podem ser aplicadas ao espaço urbano. Tem projetos que podem ser feitos até em grande escala, as máquinas são capazes de fazer até casas e além do mobiliário poder ser replicado várias vezes”, reflete.
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.