Após vida em farmácia, Carlos se apaixonou por transformar couro
Sem usar nenhuma máquina, o artesão cria desde carteiras e pulseiras até bolsas variadas
Acostumado a lidar com a venda de remédios em farmácias, Carlos Cavalcante se viu mudando completamente de ramo após ganhar alguns pedaços de couro. Sem saber nada de costura, o homem se tornou artesão e descobriu que fazer o tecido virar arte é sua paixão.
Contando melhor sobre como a mudança aconteceu, ele narra que durante a pandemia decidiu trabalhar com mesas de madeira e resina. “Fiz algumas coisas, mas o problema é que aquilo fazia uma sujeira terrível e também é um material perigoso. Eu não queria ficar parado e um amigo me deu os primeiros tecidos, sugeriu que eu tentasse”.
Apesar de ser filho de costureira, Carlos nunca chegou a aprender as técnicas com a mãe, mas comenta que talvez o interesse que se desenvolveu também tenha alguma relação. Retornando aos primeiros tecidos, o artesão fez algumas pesquisas e apenas com linha, agulha e tesoura deu início ao trabalho.
Como resultado, o impulso do amigo se transformou em uma carteira e, vendo o resultado, o artesão explica que se empolgou logo de cara. “Lembro que ficou muito bonita, deu certo. Depois fiz mais duas, três e a cada dia fazia mais”.
Oferecendo para algumas pessoas, as vendas foram aumentando e, em consequência, a vontade de produzir novos itens. Com a melhora das técnicas, Carlos explica que passou a criar mochilas, pulseiras, bolsas laterais, cintos e até personalizar relógios.
E, vendo desde início as criações como arte, decidiu que nenhum item seria igual a outro. “Às vezes, a pessoa me pede para fazer uma mochila, por exemplo, igual a outra que fiz. Mas não faço porque acredito que o produto tenha que ser único mesmo”.
Além disso, a escolha de quais produtos são criados também entram na linha de que, antes de tudo, o artesão precisa se encantar. Por isso, mesmo podendo aumentar a produção e os lucros, Carlos decidiu que não trabalha com roupas.
“Eu vejo o que faço e fico pensando que quero que seja admirado, como arte mesmo. As mochilas, as pulseiras, enfim, o que faço, pode ser olhado dessa forma e não sinto, pessoalmente, esse encanto com as roupas”, explica o artesão.
Por trabalhar sozinho e tendo essa lógica de produção, ele comenta que o processo é lento. Assim, cada pedido pode levar um tempo diferente de produção dependendo do que seja e cada encomenda é controlada.
Hoje, Carlos continua trabalhando com o outro ramo simultaneamente para pagar as contas. Mas, por se orgulhar do que tem feito, garante que o sonho é viver apenas das suas próprias criações.
Para conhecer mais sobre os trabalhos do artesão e fazer orçamentos, seu perfil no Instagram é @legittimo.br.
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