Beleza de prédio abandonado está em único casal de moradores
Fotógrafo madrugou em frente de prédio para registrar a beleza de um casal de arara-vermelha
Um prédio abandonado no Centro de Campo Grande, bem próximo ao Mercadão Municipal, reserva mais que tijolos aparentes já desgastados pelo tempo da obra inacabada. Algumas horas em frente ao imóvel reserva surpresas, mas sem hora marcada. Quem tem sorte, consegue presenciar e até registrar uma cena fofa entre duas araras-vermelhas.
No último sábado, 16 de julho, o fotógrafo Wilmar Carrilho madrugou em Campo Grande para fotografar as araras. O interesse no casal de “moradores” do prédio surgiu depois que um dia ele avistou as aves no penúltimo andar.
“Tenho um amigo, Nori Silva,que é motorista de ônibus na linha que passa por ali, pedi para ele observar se elas sempre estavam naquele e em quais horários. Ele me passou tudo”, conta Wilmar.
Com o relatório em mãos, Wilmar saiu cedo de casa e ficou esperando o casal aparecer. “Elas apareceram às 6h25. Registrei em diversas fotos. O casal tem ninho lá e presenciei uma verdadeira "escalada" para ficarem na mesma janela, juntinhos e com muito carinho”, descreve.
De acordo com o fotógrafo, que entrou em contato com a equipe de biólogos do Instituto Arara Azul, que há anos luta pela preservação das aves, as araras do prédio abandonado são vistas por ali há cerca de três anos.
Quem passa pela região e tem a sorte de avistar as araras se emociona, é o caso do caminhoneiro Reginaldo Silva Ramos, que fica todo os dias no ponto de carga e descarga da região. Ele diz que há 20 anos enxerga o prédio abandonado, mas que um encanto surge toda vez que as araras aparecem. "Elas surgem na parte da manhã, por volta das 9h, às vezes são três. Elas são lindas, mas não é qualquer cidade que encontramos dessa cor. Somo privilegiados", descreve o caminhoneiro.
Já o militar Paulo Roberto Cruz, de 61 anos, que mora no Recanto dos Pássaros, se considera um carioca sortudo. "A cada 10 dias venho ao mercadão comprar café moído e elas estão sempre fazendo bagunça, geralmente por volta das 10h. Carioca gosta de ver a natureza, sem sombra de dúvidas somos privilegiados", descreve o militar, que vive em Mato Grosso do Sul há 30 anos.
Vanda Salazar Pereira, 51 anos, que trabalha no setor de serviços gerais, sonha em ver o casal de moradores novamente. "Só vi um dia. Tinha um rapaz olhando pra cima e quando olhei vi também. Ele me disse que elas estão sempre aqui. Só queria vê-las de novo", diz a campo-grandense, que também se diz apaixonada pelas araras canindés.
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