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Artes

Curta-metragem de MS é selecionado para maior festival LGBT da Itália

"A Vez de Matar, A Vez de Morrer" foi escrito e dirigido pelo cineasta Giovani Barros, de Dourados

Eduardo Fregatto | 09/06/2017 08:01
O ator Tero Queiroz em cena intensa do curta-metragem. (Foto: Thiago Mota)
O ator Tero Queiroz em cena intensa do curta-metragem. (Foto: Thiago Mota)

O cineasta Giovani Barros, 33 anos, irá levar o cinema sul-mato-grossense para as telas da Europa. Mais precisamente, para o maior festival de cinema LGBT da Itália e um dos festivais do gênero mais importantes do continente europeu, o Lovers Film Festival - Torino LGBTQI Visions.

Giovani, que nasceu em Dourados, roteirizou e dirigiu o curta-metragem “A Vez de Matar, A Vez de Morrer”, gravado com elenco local no distrito de Nova Casa Verde, com apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. A obra foi selecionada para a mostra competitiva do festival italiano, que acontecerá do dia 15 a 20 de junho, na cidade de Turim.

O cineasta Giovani Barros nasceu em Dourados e morou no Mato Grosso Sul até os 19 anos de idade. (Foto: Acervo Pessoal)
O cineasta Giovani Barros nasceu em Dourados e morou no Mato Grosso Sul até os 19 anos de idade. (Foto: Acervo Pessoal)

“Eu não poderia estar mais feliz com essa notícia”, afirma Giovani. “O curta fez carreira em festivais nacionais e já foi exibido na Suíça e Alemanha. Acredito que o curador do festival tenha assistido em alguma dessas exibições, e então fez o convite”, explica.

O filme aborda temas como conceito de masculinidade, homofobia, sexualidade e vingança. Trata-se da história de Élcio, um gerente de posto de gasolina que, ao ser rejeitado por Robson, reage de forma violenta e acaba cometendo um assassinato. Assombrado pela tragédia, Alan, primo de Robson, parte em busca de revanche. No elenco, estão atores como Lelo Faria, Tero Queiroz, Philipe Faria e Filipi Silveira.

“O interesse do curta é retratar esse ambiente de tensão, super masculino e ao mesmo tempo homoerótico”, esclarece o Giovani, que utilizou locações da própria infância, como o posto de gasolina que pertenceu a sua mãe.

Filme já foi descrito como um "faroeste gay" e se passa no interior de MS. (Foto: Thiago Mota)
Filme já foi descrito como um "faroeste gay" e se passa no interior de MS. (Foto: Thiago Mota)

Uma das inspirações do cineasta foi o estilo faroeste. “Sempre que penso no western, vejo esse potencial homoerótico. E o interior do Estado traz essa coisa forte do homem, até do agroboy", avalia.

Além disso, Giovani quis tratar das consequências do discurso homofóbico e da sexualidade reprimida por conta do preconceito. “No filme, a sexualidade é muito velada, e o personagem não revela seus desejos em público, apenas no privado. As coisas ficam cada vez incontroláveis até que se torna mais fácil se expressar por meio da violência”, define.

Por aqui - Apesar do sucesso no exterior, “A Vez de Matar, A Vez de Morrer” ainda não ganhou exibição em Mato Grosso do Sul. “Estou articulando uma exibição com a Secretária de Cultura, estou louco para exibir em Campo Grande”, garante Giovani.

O cineasta atualmente reside no Rio de Janeiro e está trabalhando no novo projeto do diretor Felipe Bragança.

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