Da Venezuela, Germán trouxe carinho para transformar gesso em fé
Artista carrega influências da avó e de amigo artista plástico, ambos também venezuelanos
Há quatro anos no Brasil, Germán Luís Rodriguez trouxe consigo o amor pelo trabalho com imagens sacras em gesso que o acompanha desde a adolescência. Venezuelano, ele narra que unindo as influências do avô e de um amigo artista plástico, coloca em prática o carinho por transformar gesso em fé.
Integrando o Santuário Nossa Senhora da Abadia, Germán conta que um de seus últimos trabalhos foi justamente uma nova imagem para o altar da igreja. E, longe do trabalho ter começado por agora, ele faz questão de reforçar que tudo começou na Venezuela.
Católico, o venezuelano explica que sempre esteve com a fé por perto e, influenciado pela avó, Aura del Carmen Rodriguez, e pelo tio, sacristão, Asiclo Rodriguez, se envolveu com “tudo o que é sagrado”.
Para além da família, o nome José Gregório Valência, um amigo e artista plástico, também entra na lista que trouxe consigo e não abandonou após sair de seu país. “Eu sempre gostei de arte, de pintar, mexer com gesso e fazer imagem, mas a inspiração veio desse meu amigo”, diz.
De acordo com Germán, trabalhar com esse tipo de arte envolve entender que fazer a transformação do gesso significa entender a relação com a figura de devoção.
“Eu sei que é gesso, que é uma imagem apenas e que se cair, vai quebrar. Mas eu também sei que estou pintando uma imagem que representa uma pessoa muito importante”, pontua o venezuelano.
Tendo chegado por aqui em 2019, ele conta que veio com a irmã, mas decidiu permanecer no Brasil. Por alguns anos, foi seminarista e, apesar de ter pausado a trajetória, se prepara para retornar.
E foi justamente por ter cruzado esse caminho é que encontrou quem poderia apoiar seu gosto pelas imagens sacras. De acordo com Germán, as pessoas começaram a ficar sabendo e, desde imagens de gesso até pinturas, tudo entra em suas produções.
Especificamente sobre o último trabalho, ele conta que fez um estudo para compor a imagem e resgatar os traços originais. Hoje, a prática já integra seu gosto cotidiano e, ao mesmo tempo, relembra do carinho construído na Venezuela.
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