Designer foi buscar em árvores e raízes a beleza em preto e branco do Pantanal
Raízes, folhas e o movimento das águas, são inspiração para refletir sobre a ligação do ser humano com a natureza
A designer Beatriz Branco, de 28 anos, decidiu combinar o fascínio pelas linhas e sombras com a fotografia. Depois de muito viajar pelo mundo, voltou às origens e se apegou aos detalhes do Pantanal. Árvores, raízes, troncos, folhas e rios compõem retratos em preto e branco, características no trabalho da fotógrafa.
O projeto se chama Pandust - Uma Imersão no Pantanal. O nome surgiu de um brincadeira com as expressões, Pan, de Pantanal, e Dust, que significa poeira em inglês. Em busca de mostrar a essência da natureza, mesmo longe do colorido. "As vezes, até questionam se fico limitada no preto e branco, mas é assim que consigo ter o contraste e o tom sombreamento, como se fossem os desenhos", justifica.
Nas fotografias, estão visões de Beatriz quando o assunto é sombra. "Sempre tive vontade de desenhar um assombreado e também gosto muito de linhas. Na foto, existe um contraste do preto e branco, onde há muito forte as sombras. Sempre imagino a fotografia como um desenho, por isso me apego aos detalhes das árvores e raízes", explica.
A inspiração para fotografar surgiu depois de conhecer outras culturas. O que despertou em Beatriz a vontade de resgatar as origens e ter contato com uma beleza tão próxima, como o Pantanal.
"Tive oportunidade de contato com outras culturas e pessoas que me disseram para me inspirar no que viesse de mim. E quando voltei, despertei para a natureza que está tão perto e até então, via com outros olhos", detalha.
Com a fotografia, ela tem uma ligação desde a infância. "Eu era criança, quando ganhei uma máquina fotográfica antiga. Com o tempo, fui evoluindo e exercitando esse olhar", explica.
Na busca de interpretar tudo a sua volta, Beatriz vai além de fotografar o meio ambiente. Cada retrato faz brotar um texto ou poesia, que reflete sobre a conexão do ser humano com a natureza, buscando compreender suas transformações.
"Tudo se movimenta com a natureza. O sentimento que eu tenho é dessa relação que temos com ela, de maneira que vamos desacelerando quando estamos em contato. Me sensibilizo com as transformações da na natureza e com as coisas que eu sinto na minha vida. É aí que me inspiro e surge um texto ou uma poesia", comenta.
Beatriz conta que a fotografia trouxe uma nova maneira de enxergar a vida. "As linhas que eu sigo remetem ao movimento da vida e de certa forma tudo se movimenta com a natureza, com isso nós também evoluímos", explica.
Quando está longe da natureza, Beatriz também volta o olhar para as pessoas, geralmente, em situações cotidianas que a fazem refletir sobre fazer a diferença na vida do próximo.
"São pessoas que eu convivo ou aquelas que muitas vezes observo na rua. Uma das fotos, fiz de ribeirinhos atravessando o rio, do Paraguai a Porto Murtinho, para venderem cesto do outro lado. Isso aconteceu próximo do Dia do Rio e ali vi uma situação de muita dificuldade, que muitas vezes ninguém imagina", descreve.
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