Em menos de 15 dias, onça de aço já aparece depredada em praça

A garotada não pode ver um monumento novo e começa a depredar. Que graça há nisso? Moradores da região não conseguem entender. Na semana passada, a praça em frente ao apartamento dela, na Rua José Gomes Domingues, no Bairro Santa Fé, ganhou a Jaguaretê, uma escultura de onça-pintada gigante feita de aço.

Desde então, a gurizada não dá paz, diz uma das moradoras que pediu para não ser identificada. “Toda noite montam, sobem nela com gritarias e cantorias e pichação até tarde da noite. Não temos paz com vândalos. Chama Guarda Municipal não vem, chama polícia não vem...” reclama.

Imagens mostram que pode ser noite ou dia, a onça virou “cavalo”. Pelo corpo do monumento, os rabiscos desconexos também já apareceram. Até uma das patas da escultura foi desfigurada com caneta.

Vendedor de água de coco há cerca de uma semana no local, Wellington Soares, 49, lembra que a arte resolveu um problemão no local, mas revelou outro. "Acho que deveria ter mais fiscalização, principalmente aos finais de semana, quando o movimento é maior. Se bem que agora melhorou com a nossa presença, pois acaba inibindo situações mais graves, porque antes os furtos de motos aqui eram frequentes".

A obra tem 1,35 tonelada de aço e estética contemporânea. Foi inaugurada no dia 8 de dezembro, depois de 2 meses de trabalho com soldas e placas de aço.

Tiago Augusto, 28, é porteiro de um dos prédios aos redor da praça e faz a mesma avaliação de Wellington. “Muitos adolescentes que vão ao shopping no final de semana aproveitam para frequentar a praça e alguns acabam exagerando. O pior dia é no sábado mesmo, porque enche de gurizada que acaba bagunçando e deixando lixo. O zelador que acaba recolhendo o que deixam, como garrafas e latinhas de cerveja".

O eletricista Josenei Dantas, de 51 anos, fazia uma selfie no momento em que foi abordado pela reportagem. Ele conta que no dia 4 de dezembro já havia visto a onça quando foi realizar um serviço no shopping e hoje aproveitou para fazer a foto. A intenção é enviar para o primo Sidney, que mora em Aquidauana e é serralheiro.

"Vou mandar para o interior para meu primo que trabalha com isso, porque eu já tinha comentado com ele que tinha uma onça feita de metal aqui".

Josenei também apontou outro monumento depredado, a guampa do aeroporto. "Tem que preservar porque é um monumento muito bem feito e bonito, né? Não é qualquer lugar que tem uma obra como essa. Eu mesmo conheço outros estados e nunca vi igual. É incrível, realmente uma obra de arte e por isso temos que preservar. Infelizmente há outras que já estão danificadas como a guampa que fica perto do aeroporto. Quando meu primo veio para Campo Grande, levei ele lá e vimos que também está toda rabiscada".

O trabalho foi realizado pelo escultor e pintor Marcos Rezende, que inaugurou a obra no dia 8 de dezembro. A obra foi uma proposta ao Projeto Raízes, uma plataforma do Grupo Plaenge em Campo Grande, que realizou uma revitalização na praça com adequações de vagas, paisagismo, plantio de árvores, calçamento, pintura, sinalização e a obra de arte.

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