Espetáculo usa xícaras e bules para falar sobre o que é essencial ao ser humano
Cinderela é uma xícara na adaptação da Gata Borralheira que será encenada hoje à noite no Sesc Horto, em Campo Grande. No teatro de objetos do grupo gaúcho Cia. Gente Falante, ela não tem detalhes de luxo, mas vive cheia de chás aromáticos e curativos, para esquentar quem precisa de alento.
A história é contada com uma pequena mesa como palco, utensílios de cozinha e muita fantasia. A ideia do espetáculo “Louça Cinderella” é simples, falar da importância que se dá à imagem, sem perceber o valor do conteúdo.
A primeira frase da peça é “Ninguém está só para sempre. Valorize os momentos de encontro”. Em cena, dois atores falam de relações humanas, muitas vezes regidas pelas aparências. A delicadeza na forma de contar também remete à sensibilidade.
A inspiração para tamanha mudança na forma original do clássico dos Irmãos Grimm e Charles Perraut veio da avó de Paulo Martins Fontes, ator e diretor da peça. Inglesa, ela saiu de casa para viver o amor com um negro africano. Mas ao se mudar para a Bahia, passou a ter dificuldade em demonstrar afeto. Por isso, adotou o chá como momento de aproximação das pessoas.
Há 22 anos a Cia. Gente Falante faz teatro de objetos e conquistou com está montagem a indicação a sete categorias no Prêmio Açorianos de Teatro 2011, em Porto Alegre, além de ter sido contemplada com o Prêmio Tibicuera nas categorias de melhor ator, cenografia e iluminação.
A classificação é livre e a peça terá duas sessões neste sábado, às 18h e 19h, no Teatro de Bolso do Sesc Horto, localizado, na rua Anhanduí, 200 – Centro. A entrada franca.