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Artes

Família decide fazer de velório de Manoel uma despedida pública

Ângela Kempfer e Viviane Oliveira | 13/11/2014 10:36
Felipe, um dos 8 netos do poeta. (Foto: Marcelo Calazans)
Felipe, um dos 8 netos do poeta. (Foto: Marcelo Calazans)

A família de Manoel de Barros decidiu abrir o velório do poeta ao público, para garantir a despedida de admiradores.

O corpo já saiu do Proncor e previsão de chegada à capela do Parque das Primaveras é 14 horas. 

O sepultamento será amanhã, para que parentes do Rio de Janeiro e de Florianópolis cheguem a tempo de acompanhar o enterro.

O neto, Felipe Barros, explica que a velório e o enterro serão públicos por conta da legião de fãs da obra de Manoel de Barros. “Não podemos privar as pessoas disso. Só pedimos um lugar reservado para as nossas despedidas.”

Uma das netas, Joana Barros, de 33 anos, diz que a morte do avô já era esperada e para ele foi um alívio diante da debilidade dos últimos meses. “Se foi o homem, mas ficou a obra. Ele virou um passarinho”. Depois de passar pelo hospital, Joana seguiu para a casa da avó, na rua Piratininga, onde a família se concentra agora. Dona Stella tem 93 anos e vivia com o poeta há 64 anos.

Manoel deixa a esposa, a filha Martha e 7 netos.

O poeta, nascido em Cuiabá, se tornou referência no gênero poesia e teve 34 obras publicadas sendo a primeira em 1937 e a mais recente no ano passado. No exterior, teve três obras traduzidas em Portugal, França e Espanha. A história do escritor começou com “Poemas Concebidos Sem Pecado".

Ao todo, ele recebeu 13 prêmios, incluindo dois Jabuti de Literatura (1989/2002), além da Academia Brasileira de Letras, em 2000.

Veja a relação de obras do poeta:

1937 - “Poemas Concebidos Sem Pecado".
1942 — Face imóvel
1956 — Poesias
1960 — Compêndio para uso dos pássaros
1966 — Gramática expositiva do chão
1974 — Matéria de poesia
1980 — Arranjos para assobio
1985 — Livro de pré-coisas
1989 — O guardador das águas
1990 — Gramática expositiva do chão: Poesia quase toda
1993 — Concerto a céu aberto para solos de aves
1993 — O livro das ignorãças
1996 — Livro sobre nada
1996 — Das Buch der Unwissenheiten - Edição da revista alemã Akzente
1998 — Retrato do artista quando coisa
2000 — Ensaios fotográficos
2000 — Exercícios de ser criança
2000 — Encantador de palavras - Edição portuguesa
2001 — O fazedor de amanhecer
2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo
2001 — Águas
2003 — Para encontrar o azul eu uso pássaros
2003 — Cantigas para um passarinho à toa
2003 — Les paroles sans limite - Edição francesa
2003 — Todo lo que no invento es falso - Antologia na Espanha
2004 — Poemas Rupestres
2005 — Riba del dessemblat. Antologia poètica — Edição catalã (2005, Lleonard Muntaner, Editor)
2005 — Memórias inventadas I
2006 — Memórias inventadas II
2007 — Memórias inventadas III
2010 — Menino do Mato
2010 — Poesia Completa
2011 — Escritos em verbal de ave
2013 — Portas de Pedro Viana

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