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Artes

Faxineiro usa fotografia para mostrar o que muitos não enxergam nas ruas

Higor William comprou uma câmera semi profissional, aprendeu a fotografar e resolveu mostrar a realidade nua e crua

Alana Portela | 02/02/2020 07:20
Cadeirante aguardando no ponto de ônibus esperando a chegada do transporte coletivo (Foto: Higor William)
Cadeirante aguardando no ponto de ônibus esperando a chegada do transporte coletivo (Foto: Higor William)

Higor William Bandeira da Silva cresceu no bairro de periferia em Campo Grande, se tornou faxineiro e resolveu usar a fotografia para mostrar a realidade que muitos se recusam a enxergar. “Gosto de retratar os moradores de rua que, geralmente, são invisíveis em meio a sociedade. Também mostro os trabalhadores independentes e profissões que não são tão valorizadas como deveriam. Registro a relação das pessoas com seus celulares, que já é uma série que ando produzindo há um tempo”, conta.

O faxineiro e fotógrafo cresceu no bairro Tarumã, na época que o local era mais pobre e desde então passou a olhar para tudo com uma visão periférica. “Ter crescido nesse bairro me influenciou a retratar a realidade na qual cresci. Foi algo que busquei para expressar o que sentia e via nas ruas da cidade”.

Trabalhador independente em sua barraca onde vende gelo (Foto: Higor William)
Trabalhador independente em sua barraca onde vende gelo (Foto: Higor William)

Ele tem 25 anos e relata que há dois, vem fotografando. “Minha fotografia é amadora, nunca cursei nada na área. Comecei a fotografar porque sempre foi um tipo de olhar e estudo social que gosto, mas só tive condições de comprar uma câmera a pouco tempo”.

Foi juntando “tim-tim por tim-tim” que Higor conseguiu comprar uma câmera semi-profissional e passou a fazer vários cliques. “Todas as minhas fotos são feitas em apenas um clique, para me desafiar a ter o melhor registro possível em um momento decisivo. Meu objetivo é retratar tudo isso com um olhar antropológico, fazendo uma análise cultural e social das pessoas com as outras pessoas e a cidade”, diz.

As fotos são feitas no período da manhã, quando Higor vai pedalando para o trabalho. “Em cima da bicicleta no trajeto para o trabalho, costumo fazer as imagens. Faço também em qualquer outro momento que eu posso estar com a câmera na mão, aprendi indo pra rua e mexendo nas configurações da câmera, estudando a luz no ambiente ao ar livre, aprendi tudo sozinho por curiosidade e força de vontade”, afirma.

Vendedor de picolé ambulante trabalhando pelas ruas de Campo Grande (Foto: Higor William)
Vendedor de picolé ambulante trabalhando pelas ruas de Campo Grande (Foto: Higor William)

Higor criou uma conta no Instagram com seu nome e posta diariamente as fotos que faz durante os cliques na rua. “É uma forma mais rápida de levar meu trabalho até outras pessoas”.

Apesar de não cursar nenhuma graduação, o rapaz pretende iniciar um curso de fotografia para dominar melhor o assunto e se aprofundar na área. “Depois quero tentar Antropologia para realizar estudos por meio de trabalhos sociais com a fotografia”.

Serviços- Confira mais fotos de Higor no Instagram

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Morador de rua saindo do lixo deixado na calçada (Foto: Higor William)
Morador de rua saindo do lixo deixado na calçada (Foto: Higor William)

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  • (Foto: Higor William)
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