Fotógrafo sente emoção paralisante ao ficar cara a cara com onça-pintada
O registro foi feito na última quarta-feira, no Pantanal Sul, região do Passo do Lontra em Corumbá
“Foi uma emoção quase paralisante”, descreve André Bittar, de 30 anos, responsável por fotografar a onça-pintada fêmea, batizada de “Vovó”, e seu filhote. O registro foi feito na última quarta-feira (31), no Pantanal Sul, região do Passo do Lontra em Corumbá, distante 425 quilômetros da Capital.
André é formado em publicidade e trabalha com fotojornalismo há 11 anos. Nos últimos quatro, vem se especializando em fotografia ambiental. Familiarizado com o Pantanal sul-mato-grossense, essa foi a segunda vez que ele teve a oportunidade de ficar cara a cara com o animal.
Ao relembrar sua primeira experiência, o fotógrafo contou que o encontro não rendeu o resultado esperado, e destacou a importância de se preparar para o momento de fotografar, apontando que o trabalho envolve muito estudo, treino e técnica.
O profissional fala ainda da importância do avistamento fotográfico - termo popular utilizado na fotografia para descrever a etapa de analisar o cenário e as condições antes de fazer a foto. Visualizar o cenário, pensar na foto, na iluminação e nas condições do local, são os primeiros passos, além de apontar a experiência como um fator que conta bastante no momento do clique. “Não basta ter equipamento e uma lente boa, você tem que ter tempo de máquina”, explica.
Apesar da fama de “brava”, André garantiu que não sentiu medo ao ficar apenas 12 metros de distância da dupla de onças, e que o encontro foi emocionante. Sem acreditar na imagem diante de seus olhos, o fotógrafo descreveu o momento como “surreal” e “único”.
“Tudo que eu aprendi durante esses 11 anos naquele momento se esvaiu. O que fica mesmo é o que tá dentro do coração, é o meu sentimento”, expressou, ao destacar a sensibilidade que depositou nos cliques. Na visão do profissional, a fotografia de natureza é vista como algo “mágico” e “espiritual”.
Preocupado com a preservação do bioma pantaneiro, ele ressaltou o papel da fotografia de levar conscientização e informação para as pessoas. “A fotografia tem que ter esse viés informativo e comunicativo”.
Com o sentimento de realização profissional, André encerra reforçando os momentos únicos que a fotografia lhe proporciona e o resultado de todo o trabalho que vem desenvolvendo nos últimos anos. “Eu já vinha treinando há muito tempo, já vinha me preparando pra esse momento. Foi único”.