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Artes

Grupo resgata o Vogue, estilo símbolo de resistência e empoderamento LGBTQI+

Estilo surgiu nos anos 1980, no bairro nova-iorquino do Harlem, durante ápice da Cultura Ballroom

Danielle Valentim | 04/01/2020 07:32
DUO Bambaataa. A dança é caracterizada por poses semelhantes a de modelos, ou seja, com movimentos angulares e lineares de braços, pernas e tronco. (Foto: Divulgação)
DUO Bambaataa. A dança é caracterizada por poses semelhantes a de modelos, ou seja, com movimentos angulares e lineares de braços, pernas e tronco. (Foto: Divulgação)

Com três prêmios de dança em pouco tempo de atuação em Campo Grande, o grupo Hands Up MS trabalha com um único objetivo: fomentar o Vogue por aqui. Mais que uma dança, o estilo é um ato de resistência LGBTQI+, nascido em clubes que eram refúgio para gays, na década de 1980, no Bairro do Harlem, em Nova Iorque.

Um dos coreógrafos da casa, o dançarino Vinícius Vicente, de 24 anos, explicou ao Lado B que a dança se popularizou graças às festas Ballrooms, que acolhiam a comunidade LGBT, na época. O movimento é de inclusão e abrange qualquer pessoa que se sinta excluída.

“O Vogue em si é uma cultura, uma vivência de performances, uma dança que dá empoderamento não somente à comunidade LGBTQI+, mas ao negros e todas as pessoas excluídas pela sociedade”, pontua.

Trio Funkup em competição.
Trio Funkup em competição.

Quando se fala em Vogue, a primeira coisa que vem à cabeça é a revista de moda. E a referência é essa mesmo. Inicialmente chamada de voguing, a dança é caracterizada por poses semelhantes a de modelos, ou seja, com movimentos angulares e lineares de braços, pernas e tronco.

Surgido no bairro do Harlem, em Nova Iorque, o estilo ganhou fama quando foi apresentado pela cantora Madonna, em 1990, na canção de mesmo nome. A cantora de encantou com os movimentos.

Os ensaios costumam ocorrem em "houses" (casas) de coletivos de dançarinos LGBTQI+. Por aqui, o grupo Hands Up MS ocupa um espaço provisório cedido pelo Ballet Isadora Duncan, aos domingos.

O grupo Hands Up MS foi apadrinhado por Eduarda Kona Zion, mulher trans, de 27 anos, natural de Ceilândia (DF). Intitulada pela mãe pioneira ou pioneer mother, Eduarda é professora, bailarina, coreógrafa, ativista e fundou o coletivo House of HandsUp, em 2011, com foco nos estilos de Voguing e Waacking.

Além de Mato Grosso do Sul, a ativista apadrinhou coletivo em Minas Gerais. Eduarda encontrou na Cultura Ballroom um lugar de pertencimento e, por isso, trabalha para levar o mesmo abrigo à LGBTQI+ do país.

Coreografia: Hands Potter.
Coreografia: Hands Potter.
Coreografia: Hands Potter.
Coreografia: Hands Potter.

Na ativa em Campo Grande desde 2017, o Hands Up MS tem 11 integrantes e três títulos. “Já vencemos três festivais, o Big Field Camp, em 2017, o Prêmio Onça Pintada, em 2018, e o Festival Canindé 2019, nas categorias solo e duo”, frisa Vinícius.

O coletivo de Campo Grande é dirigido por Roger Pacheco, de 29 anos. Os ensaios acontecem a partir do meio dia. Interessados podem procurar o Hands Up MS pelo Instagram ou entrar em contato direto com o Vinícius pelo (67) 9 9166-2420.

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Coreografia: Hands Potter. Durante Festival Canindé.
Coreografia: Hands Potter. Durante Festival Canindé.
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