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Artes

Gusttavo Lima desiste de processar empresa de MS investigada pela PF

Foto do sertanejo segurando celular que ganhou de empresário de Campo Grande foi usada em golpes

Anahi Zurutuza | 14/09/2023 06:12
Selfie de Gusttavo Lima ao lado do empresário divulgada no perfil oficial da R3 Imports, conforme informado pela defesa da empresa (Foto: Reprodução do processo)
Selfie de Gusttavo Lima ao lado do empresário divulgada no perfil oficial da R3 Imports, conforme informado pela defesa da empresa (Foto: Reprodução do processo)

O sertanejo Gusttavo Lima e a R3 Imports, empresa que foi alvo da PF (Polícia Federal) em 2021 por vender “muamba de luxo” em Campo Grande, entraram em acordo. O cantor decidiu não mais exigir o pagamento de indenização por ter tido a imagem associada a golpes depois que fotos dele ao lado de Rogerio Rodrigues Reis, 36, o dono da loja, foi publicada nas redes sociais. A defesa do artista alegava que o empresário não tinha autorização para usar as fotos para a divulgação do negócio.

O acordo foi homologado pela Justiça de Mato Grosso do Sul no fim de agosto deste ano. Nivaldo Batista Lima, o “Gusttavo”, e a empresa se comprometeram a encerrar a briga se a Justiça determinasse a exclusão de cinco perfis “fake” no Instagram que usaram as imagens divulgadas pela R3 Imports para aplicar golpes. O juiz Juliano Rodrigues Valentim concordou e no dia 30 de agosto expediu ofício para o Facebook determinado a exclusão das páginas.

Investigada desde 2017 por contrabando, descaminho e lavagem de dinheiro, a loja de importados respondia desde 2018 ao processo proposto por Gusttavo Lima. O artista queria R$ 10 mil em indenização por danos morais.

Os advogados do famoso alegavam que, em meados daquele ano, Rogério Rodrigues Reis se aproximou do cantor para lhe presentear com um smartphone e pediu autorização para registrar o momento com fotos e vídeos. “Assim como faz com todos os seus fãs, o requerente [Gusttavo Lima] permitiu que as imagens fossem feitas, contudo, jamais autorizou a utilização das mesmas para fins comerciais e publicitários”.

Narraram os defensores que, passados alguns meses, a assessoria do sertanejo começou a receber denúncias de que páginas do Instagram estavam usando a imagem do cantor para praticar golpes. As pessoas compravam celulares, faziam o pagamento, mas não recebiam os aparelhos, conforme comprovado em boletim de ocorrência anexado ao processo.

Na ação, o sertanejo pediu que, por meio de liminar, a R3 Imports fosse obrigada a excluir das redes sociais todas as fotos e vídeos em que o artista aparece, muitas delas ao lado de Rogério, e fosse proibida de repostá-las.

Outro lado – No processo, Rogério se defende alegando que manteve contato com um assessor de Gusttavo Lima para firmar parceria de divulgação de produtos. Segundo a defesa, ficou acertado que a R3 ofereceria dois Iphones 7 Plus, um para o cantor e outro para sua esposa (Andressa Suita), e em troca, o artista faria fotos e gravaria vídeos da entrega, o que aconteceu em 29 de janeiro de 2017.

Situação parecida foi combinada com este assessor em novembro do mesmo ano. A R3 Imports explica que estava usando as fotos e vídeos de divulgação até meados de junho de 2020, quando recebeu notificação extrajudicial solicitando a exclusão das imagens das redes sociais e assim o fez.

Operação Harpócrates – Em 27 de maio de 2021, a Operação Harpócrates 2 prendeu Rogério Reis. Ele era investigado por envolvimento em esquema de importação de eletrônicos sem o pagamento de impostos.

O esquema já havia sido alvo de operação em 2017. Segundo a PF (Polícia Federal) e a Receita Federal, a ostentação nas redes sociais colocou o empresário e outras três pessoas novamente na mira. O uso dos "rostos" de famosos "com renome nacional" para divulgar os produtos também é uma prática que chamou a atenção dos investigadores. À época, pelo menos 11 celebridades apareciam nos perfis da R3 Imports no Instagram.

Naquele dia, a unidade da R3 Imports, localizada no Grand Park Hotel e no Shopping Campo Grande, na Avenida Afonso Pena, foi alvo de busca e também vários carros de luxo foram apreendidos.

Rogerio Reis ainda responde, em liberdade, aos processos na Justiça Federal derivados da investigação.

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