Há 53 anos, Gerardo mantém viva tradição paraguaia tocando harpa
Músico aprendeu a tocar o instrumento ouvindo músicas em estações de rádio quando era criança
Aos 10 anos, quando tinha as estações de rádio como companhia na área rural de Concepción, Gerardo Ortiz se apaixonou pelo som da harpa. Desde então, ele resolveu que iria se dedicar à música e até hoje leva a tradição paraguaia tocando por onde vai.
Durante os 53 anos de experiência, o músico já viajou até para a Europa com as músicas características de seu país. Mas, antes disso, ele conta que tudo começou com a troca de sua bicicleta por uma harpa.
Depois de se encantar pelo som do instrumento, Gerardo narra que viu uma harpa desenhada no livro escolar de história e contou ao pai que gostaria de aprender a tocar. “Meu pai tocava gaita e me incentivou na música, mas não tinha dinheiro para comprar porque era um instrumento caro”, diz.
Sem desistir, os dois começaram a procurar possibilidades de encontrar o instrumento de algum modo e assim surgiu a troca pela bicicleta. “Um amigo do meu pai tinha comprado uma harpa para o filho dele, mas não usava. Então meu pai deu a ideia de trocar minha bicicleta pela harpa”.
Sozinho, Gerardo foi aprendendo aos poucos a tocar o instrumento e conta que depois de um mês já conseguia tirar algumas notas.
Acho que foi um dom de Deus porque antes de tocar eu já sabia afinar a harpa. Depois aprendi a tocar bateria, percussão, contrabaixo e comecei a cantar também, diz Gerardo.
Mesmo lidando com outros gêneros musicais, ele decidiu continuar com as tradições paraguaias. Como Gerardo detalha, sua criação foi na área rural do país e, sempre próximo das tradições, cresceu envolto ao folclore nacional.
Orgulhoso de sua nacionalidade, o músico completa que nunca pensou em deixar a harpa de lado e que, enquanto o rádio a pilha era seu companheiro na infância, hoje a harpa tomou esse espaço.
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