Na diversidade, nu artístico encontra empoderamento pelas lentes de Wlliam
Projeto Freedom foi a maneira mais sincera que o fotógrafo encontrou de retratar a beleza e fazer as pessoas se reconhecerem assim
Com sua veia artística e sua câmera na mão, o fotógrafo William Rocha, de 23 anos, faz retratos de corpos nus em sua essência, mostrando como eles são e consegue, da forma mais sincera possível, definir a personalidade do modelo por meio de temas ou, até mesmo, de poses que sugere a eles.
A série ganhou um projeto só dela, batizado de Freedom há 2 anos. No Instagram, as fotos têm feito sucesso mas poucos sabem que o Freedom nasceu da necessidade que William tinha de expressar seus conflitos internos em relação a sua sexualidade.
''Percebi que precisava de libertação e nessa ânsia de me libertar, de me aceitar assim, não foi difícil notar que outras pessoas também tinham essa vontade. Sempre na minha vida, desde minhas tristezas até minhas alegrias, passsam pela fotografia, então começou assim'', explica.
O projeto é itinerante e já passou por São Paulo Capital, por Osasco, Araçatuba, Três Lagoas e Campo Grande. E o sonho de William é que ele tome o mundo!
Os temas, como ele mesmo explica, nascem de modo natural na mente do fotógrafo. ''Eu olho para a pessoa e falo pra experimentarmos algo específico. Os modelos recebem muito bem isso, e topam de primeira''.
Nas fotos, corpos gordos, magros, negros, brancos, femininos, masculinos, drags e trans mostram que a beleza do projeto está na diversidade e não apenas na sensualidade ou no nu, como milhares de outros fotógrafos fazem por aí.
E por lidar com o reflexo do interior das pessoas, nenhum modelo sai de lá sem se sentir sensível às imagens. ''Isso é muito gratificante. Não houve ninguém que saiu 'de boa'. Ou a pessoa aprendeu a gostar do corpo, chegou ao empoderamento mesmo, ou já teve casos de pessoas que me disseram assim: 'me sinto bonita agora que eu me vi mas quero cuidar mais do meu corpo'''.
Na opinião dele, isso não tem nada de negativo. ''Você tem que aprender a se amar. O que vem disso é consequência e há pessoas que descobrem uma nova relação consigo depois das imagens. Teve gente que me procurou em crise depressiva e as fotos a ajudaram a sair desse estado''.
Nem sempre a busca dos ensaios é por mostrar só a beleza do corpo. A vontade de causar o desconforto também faz parte do Freedom. ''Fiz um ensaio retratando o abuso, por exemplo, com uma mulher cheia de mãos a sua volta, a tocando, foi forte demais''.
Para participar é preciso entrar em contato com o fotógrafo pelo próprio direct no Instagram do projeto. E para conferir mais imagens, clica no link a seguir.