Projeto Campo Grande na Tela mostrou a 5 mil alunos que fazer cinema é possível
Foram três meses em que os produtores, atores e organizadores do "Campo Grande na Tela" mergulharam no mundo do audiovisual. Cerca de 5 mil alunos da rede pública, além de estudantes do Ensino Superior entraram no projeto que terminou na sexta, com a última apresentação no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul.
Foram 20 exibições em dez pontos diferentes, de escolas públicas a Universidades, com 124 curtas exibidos. De diferentes maneiras, eles conseguiam abordar o tema central proposto: mostrar que tem gente que produz filmes no Estado e que trabalhar com arte é possível, por mais difícil que seja.
A coordenadora do projeto, Andréa Freire, termina a tarefa satisfeita com a repercussão e a acolhida do projeto. "Feliz de notar as reações desses jovens que ficaram de ouvidos abertos para tudo que foi dito, dos produtores e sobre as pessoas que vivem aqui”.
Para ela, o cunho educativo do Campo Grande na Tela é o aspecto mais relevante de todo o processo. “Deixou claro como a cultura no ambiente da educação é importante. O resultado fica presente nesses meninos que assistiram. Alguns até entraram em contato conosco perguntando se nós pretendemos voltar para exibir novos filmes. Os alunos que foram selecionados para apresentarem o projeto se sentiam provocados, tinham seu senso crítico apurado pelos questionamentos feitos, trouxe a possibilidade deles debaterem e progredirem nesse papel”.
A energia agregadora do Campo Grande na Tela estava presente em cada visita. garante. “Tivemos a participação de tanta gente. A Marina Peralta topou nos apoiar e criar a trilha do projeto e esteve presente também na visita ao Hércules Maymone do Nova Lima que foi uma experiência que esses jovens realmente não esquecerão”, diz.
E nem só de cinema se fez o projeto. “Um momento que tivemos na Uems foi muito marcante, quando o Rodrigo Camargo, do grupo de rap La Firma, participou do debate e no momento em que ele entra na universidade está diante de mestres, doutores e estudantes, e passa a ser objeto de investigação dessa comunidade, agregando com o seu conhecimento adquirido ali, de forma orgânica e em diálogo com um mundo oposto ao seu”.
O que fica dessa experiência é uma websérie, que consegue documentar, com uma linguagem acessível aos jovens e aos adultos, um pouco do que foi compartilhado no projeto. “Lançamos três dos 10 episódios previstos. Esses sete que ainda faltam serão pouco a pouco divulgados no nosso canal do Youtube. Temos a ideia de exibir essa websérie em outros espaços, públicos, e já recebemos contato de professores que estão passando o material em sala de aula”.