Sem alvará, acervo de 8 mil peças de museu corre risco de incêndio
Investigação da 34ª Promotoria de Justiça quer saber se o patrimônio histórico do Estado está ameaçado
Sem alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros pelo menos desde 2018 e sem projeto de segurança contra incêndio e pânico, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, que abriga o MIS (Museu da Imagem e do Som), está em risco. Investigação da 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande quer saber se o patrimônio histórico do Estado está ameaçado.
Recomendação do último dia 1º de junho orienta a Fundação a elaborar Plano de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico baseado no Programa de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro do Instituto Brasileiro de Museus e adote as ações para que em até um mês obtenha o Certificado de Vistoria do Corpo de Bombeiros.
O documento, assinado pelo promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida, aponta que um dos maiores riscos é perder cerca de oito mil itens, entre fotografias, filmes, vídeos, cartazes, disco de vinil, objetos e registros sonoros que fazem parte do MIS.
“Os incêndios podem ser céleres em sua propagação e com altíssimo potencial destrutivo, o que implica a necessidade de um olhar mais acurado especificamente sobre tal perigo, exigindo medidas de atuação imediata do poder público”, cita na recomendação.
Ofício dos bombeiros ao MP, de 11 de maio deste ano, revela a ausência de certificado da corporação e que desde 2018 a fundação recebe vistorias, sem nunca ter cumprido as exigências de segurança.
Para o promotor, a situação coloca em risco, além do acervo do museu e da própria fundação, também “a vida dos frequentadores do Museu de Som e Imagem e dos servidores e trabalhadores que lá labutam e ao patrimônio histórico-cultural”.
A Fundação de Cultura não se manifestou ao MP até agora e procurada pela reportagem, não apresentou resposta até a publicação deste material. A assessoria do Governo do Estado foi acionada, e aguarda-se retorno.