Viagem ao Japão ensinou Suzy a criar peças únicas de cerâmica
Em casa, ceramista produz coleções compostas por itens utilitários, como tigelas e canecas
A cerâmica desperta emoções em Suzy Kanezaki, de 30 anos, que teve o primeiro contato com esse modelo de artesanato em 2011, mas se apaixonou pela produção após um período de estudos imersivos no Japão.
Com o sonho de ter o próprio ateliê e dedicar tempo integral à cerâmica, Suzy cria peças para pronta entrega e outras personalizadas conforme o desejo do cliente. A produção é composta por itens utilitários, sendo a maioria canecas e bowls.
Morando em Terenos, a 31 km da Capital, a ceramista também trabalha no negócio da família e aos fins de semana é maquiadora. “Durante isso vou produzindo as cerâmicas porque é um processo demorado para cada peça”, explica.
Antes de ter prática e muita experiência com a argila, o primeiro contato com o material veio no curso de Artes Visuais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Depois de 6 anos da primeira aula da graduação, Suzy conta que teve a oportunidade de estudar no exterior.
“Depois de formada consegui uma bolsa de estágio na área de artes no Japão e o forte na cidade que fui era a cerâmica, então foi assim que me aprofundei mais no assunto. Gostei e achei um desperdício não continuar por aqui com tudo de conhecimento e experiência que adquiri por lá”, afirma.
A passagem pelo Japão durou sete meses e Suzy dedicava a maior parte do tempo ao aprendizado. O ‘intensivão de experiência’ se dividia entre as aulas do período matutino e vespertino. "Eu frequentava de manhã um curso num centro cultural dentro da cidade onde as peças eram feitas em sala de aula coletiva e queimadas de forma mais moderna em fornos elétricos, por exemplo”, fala.
Além de aprender com os professores, a ceramista conheceu profissionais que eram referência no assunto. “Ia no período da tarde para uma chácara perto da cidade em que uma família, famosa na região pela produção de cerâmica tradicional local, convidou para aprender e conhecer a cerâmica mais rústica. Eles queimavam suas peças em fornos a lenha gigantes horizontal com andares (noborigama) e esmaltes a base de elementos como cinzas de arroz”, diz.
Ao retornar para o Estado, Suzy seguiu praticando e aprendendo com professores da cidade. Como a técnica de produção de ambos os países são semelhantes e apenas as argilas apresentam disparidades, ela conseguiu se adaptar aos estudos.
Ao mencionar os principais aprendizados que trouxe do Japão para a cidade, ela cita a organização e o cuidado. “Aprendi a ter mais organização, atenção e responsabilidade já que um ateliê de cerâmica é um ambiente que requer cuidados, tanto na armazenagem das argilas que precisam ser bem vedadas para não ressecar no manejo do torno e forno, como numa oficina”, esclarece.
Sem estilo favorito e sabendo que as possibilidades da cerâmica são infinitas, Suzy se entretém durante cada etapa do processo desde a escolha da argila ao esboço do projeto. A última parte que é a fornada, na visão dela, é a mais emocionante e cheia de expectativas.
Ao compartilhar o que mais gosta na cerâmica, Suzy destaca que a descoberta é uma das principais diversões. “É o que todo ceramista fala como um laboratório cheio de experimentos e testes. Mesmo tendo noção de como o resultado final vai ser, tem a tendência de não ser exatamente como planejado e às vezes o que parece erro pode ser uma descoberta melhor ainda, quase nada se perde. É divertido”, pontua.
Aos poucos, ela está montando o ateliê onde planeja se dedicar exclusivamente às peças. Por enquanto, Suzy atende pedidos através do Instagram @suzylie.ceramica
Confira a galeria de imagens:
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