Amaury prometeu cuidar do grande amor e só morreu 2 dias depois dela
Jornalista e árbitro conhecido na Capital, Amaury sepultou ontem a esposa e faleceu na madrugada de hoje
Apesar da saudade que agora dói, para os amigos do jornalista e árbitro conhecido no futebol sul-mato-grossense, Amaury Ponciano, que morreu na madrugada de hoje (22), após anos lutando contra o câncer de próstata, sua partida é amenizada por uma história de amor digna de livro.
Nos últimos 12 anos, ele cuidou diariamente da esposa que ficou acamada após um derrame que a deixou com sequelas. Sandra não andava e nem falava. Apaixonado pela mulher, sua promessa era estar ao lado do grande amor até os últimos dias de vida. O desfecho dessa história se tornou triste e, ao mesmo tempo, surpreendente.
Sandra morreu na última quarta-feira (20) e foi sepultada ontem (21) em Campo Grande. Horas depois, o árbitro também faleceu. Ele estava internado desde a última sexta-feira, 16 de outubro, no Hospital da Unimed, por conta da doença.
“Amaury era um ser iluminado, um cara do bem como eu nunca vi, que cuidava de Sandra com o maior amor do mundo. A passagem dele depois que ela se foi, sem dúvidas, prova que ele cumpriu sua missão. Só Deus explica. A vida é sempre uma incógnita”, descreve o amigo e educador físico Marcílio de Souza Silva, de 67 anos, que trabalhou com Amaury através da Taça Canarinho de Futsal.
Conhecido pela frase “gol legalíssimo” após cada gol, Amaury também era famoso pelo sorriso e generosidade, garante o amigo. “Nós nunca o vimos triste, estava sempre sorridente, disposto a ajudar. Deixou um legado muito grande de honestidade, solidariedade, amizade e profissionalismo ímpar”, acrescenta.
Natural do Rio de Janeiro, Amaury se aproximou do Mato Grosso do Sul através do futebol e do jornalismo. Ele era árbitro da Federação Carioca e depois foi contratado pela Confederação Brasileira de Futebol para ministrar cursos de arbitragem.
Os primeiros árbitros do futebol sul-mato-grossense foram formados por ele. É o que afirma o amigo aposentado e jornalista Arlindo Florentino, de 65 anos. “Ainda na década de 90, ele fez um teste comigo, era muito bom e trabalhou aproximadamente seis anos como repórter na editoria de Esportes do Correio do Estado”, conta Arlindo.
Os últimos anos foram de luta contra a doença e cuidados com a esposa. “Ele não a largava, se precisava viajar, a levava junto. Cuidava com muito amor e carinho, um exemplo para todos. Além disso, era um amigo sensacional e nunca o vimos de mau humor. Seu sorriso vai ficar em nossos corações”, finaliza.
Amaury completaria 87 anos de vida no próximo dia 19 de novembro.
O velório do árbitro ocorre das 13h às 15h, na Pax União da Rua Maracaju, 29. O sepultamento será em seguida, no Jardim da Paz, localizado na saída para Sidrolândia, na MS-060.
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