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Comportamento

Amaury prometeu cuidar do grande amor e só morreu 2 dias depois dela

Jornalista e árbitro conhecido na Capital, Amaury sepultou ontem a esposa e faleceu na madrugada de hoje

Thailla Torres | 22/10/2021 13:31
Uma das fotos que mostra o sorriso de Amaury, publicada em suas redes sociais. (Foto: Reprodução Facebook)
Uma das fotos que mostra o sorriso de Amaury, publicada em suas redes sociais. (Foto: Reprodução Facebook)

Apesar da saudade que agora dói, para os amigos do jornalista e árbitro conhecido no futebol sul-mato-grossense, Amaury Ponciano, que morreu na madrugada de hoje (22), após anos lutando contra o câncer de próstata, sua partida é amenizada por uma história de amor digna de livro.

Nos últimos 12 anos, ele cuidou diariamente da esposa que ficou acamada após um derrame que a deixou com sequelas. Sandra não andava e nem falava. Apaixonado pela mulher, sua promessa era estar ao lado do grande amor até os últimos dias de vida. O desfecho dessa história se tornou triste e, ao mesmo tempo, surpreendente.

Sandra morreu na última quarta-feira (20) e foi sepultada ontem (21) em Campo Grande. Horas depois, o árbitro também faleceu. Ele estava internado desde a última sexta-feira, 16 de outubro, no Hospital da Unimed, por conta da doença.

“Amaury era um ser iluminado, um cara do bem como eu nunca vi, que cuidava de Sandra com o maior amor do mundo. A passagem dele depois que ela se foi, sem dúvidas, prova que ele cumpriu sua missão. Só Deus explica. A vida é sempre uma incógnita”, descreve o amigo e educador físico Marcílio de Souza Silva, de 67 anos, que trabalhou com Amaury através da Taça Canarinho de Futsal.

O terceiro da esquerda para direita, foto mostra Amaury em pé com os amigos na Taça Canarinho de Futsal 2005. (Foto: Arquivo Pessoal)
O terceiro da esquerda para direita, foto mostra Amaury em pé com os amigos na Taça Canarinho de Futsal 2005. (Foto: Arquivo Pessoal)

Conhecido pela frase “gol legalíssimo” após cada gol, Amaury também era famoso pelo sorriso e generosidade, garante o amigo. “Nós nunca o vimos triste, estava sempre sorridente, disposto a ajudar. Deixou um legado muito grande de honestidade, solidariedade, amizade e profissionalismo ímpar”, acrescenta.

Natural do Rio de Janeiro, Amaury se aproximou do Mato Grosso do Sul através do futebol e do jornalismo. Ele era árbitro da Federação Carioca e depois foi contratado pela Confederação Brasileira de Futebol para ministrar cursos de arbitragem.

Os primeiros árbitros do futebol sul-mato-grossense foram formados por ele. É o que afirma o amigo aposentado e jornalista Arlindo Florentino, de 65 anos. “Ainda na década de 90, ele fez um teste comigo, era muito bom e trabalhou aproximadamente seis anos como repórter na editoria de Esportes do Correio do Estado”, conta Arlindo.

Os últimos anos foram de luta contra a doença e cuidados com a esposa. “Ele não a largava, se precisava viajar, a levava junto. Cuidava com muito amor e carinho, um exemplo para todos. Além disso, era um amigo sensacional e nunca o vimos de mau humor. Seu sorriso vai ficar em nossos corações”, finaliza.

Amaury completaria 87 anos de vida no próximo dia 19 de novembro.

O velório do árbitro ocorre das 13h às 15h, na Pax União da Rua Maracaju, 29. O sepultamento será em seguida, no Jardim da Paz, localizado na saída para Sidrolândia, na MS-060.

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