Amigas fazem turbante para ninguém enfrentar o câncer sozinho
Grupo 'Amigas do Laço Rosa' entrega turbantes em diversos hospitais de Campo Grande
Tânia Nieczaj, de 44 anos, e Laudiceia Melgarejo, de 49 anos, ficaram amigas através do grupo de mulheres que fazem tratamento para o câncer. A história das duas se cruzou há 1 ano e desde então ambas ajudam pacientes que vivem as primeiras etapas do diagnóstico.
Costurados por Tânia, os turbantes coloridos são um presente e também um gesto de solidariedade que chegam para as mulheres que estão enfrentando uma das fases mais delicadas da vida. O acessório que é feito com doações de tecidos é repassado através do ‘Amigas do Laço Rosa’, que tem Lau como uma das coordenadoras.
Ao Lado B, as duas falam sobre o diagnóstico e como o projeto que chega a diferentes hospitais têm significado para elas e até para os parentes de pacientes. A história começa primeiro por Tânia, que em 2012 recebeu o diagnóstico de câncer de mama.
Na época, Tânia sentia algumas dores na região e procurou o ginecologista para saber o que estava acontecendo. “Quando veio o resultado ele falou que era uma bolsinha de cisto e dois tumores pequenos no lado direito que precisavam ser retirados. Fiz a cirurgia em 2012 e nessa época não tive acesso a biópsia”, recorda.
Ela retornou ao mastologista em busca do exame, mas não conseguiu. Ali começava uma fase diferente para Tânia que passaria por uma série de negligências médicas, como reclamar da persistência de dores após a cirurgia e ser ignorada.
Durante um ano, ela saiu e entrou em consultórios com exames para fazer. “Nesse intervalo foi enrolando e quando voltei em outro mastologista ele falou que não tinha nada de fibrose. No dia que peguei o exame e abri já vi, já estava escrito bem grande que era positivo para malignidade”, comenta.
De Campo Grande, ela buscou uma segunda opinião em Dourados e aí veio o segundo baque. “A médica falou que eu não poderia passar por cirurgia porque meu caso estava no estágio avançado. Tinha saído da mama e já estava nas axilas. Isso poderia ter sido evitado em 2012 com uma rádio talvez, mas não foi feito”, explica.
Em Dourados, ela começou a fazer o tratamento, passou por 16 quimioterapias, cirurgia e posteriormente voltou à Capital onde fez radioterapia. Durante esse período, ela contou com o apoio da família e nos últimos dez anos faz o tratamento somente para o controle da doença.
Amigas do Laço Rosa - O grupo que começou através de quatro mulheres que queriam falar sobre o diagnóstico e as experiências com o tratamento foi o ponto de partida para o 'Amigas do Laço Rosa'. Com o tempo, Laudiceia viu novas mulheres entrarem no grupo e essa união resultou na corrente do bem que chega a diferentes hospitais na Capital.
Com a missão de acolher com empatia e solidariedade aquelas que estão em tratamento oncológico, 'Lau', como é conhecida, visita frequentemente os hospitais. Há um ano, ela foi incentivada por uma enfermeira a confeccionar algo que pudesse ajudar as mulheres na quimioterapia.
Nesse meio tempo, Tânia relata que pareceu e se ofereceu para fazer algumas peças. "“Ano passado vi o projeto do lenço, entrei em contato com a Lau e falei que iria fazer os turbantes. Disse que iria fazer bem simples e ela falou que o importante era o carinho. Foi como comecei”, conta.
O acessório, segundo Lau, chega até as mulheres no período que marca o começo da queda dos cabelos. “Um turbante é mínimo R$ 20 o mais simples, então a gente sentiu a necessidade de presentear a mulher nesse momento de perda dos cabelos. A parte de perder o cabelo é muito difícil e a gente entrega como um presente mesmo”, destaca.
Os turbantes são feitos com doações de tecido e as voluntárias pedem para que os interessados em contribuir entre em contato através do @amigasdolacorosacg
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