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Comportamento

Ana sofre há 15 anos para encontrar mãe que nunca conheceu

Além disso, ela aprendeu muito ao longo dessa procura que parece inglória

Jéssica Fernandes | 27/09/2021 07:44
Aos 13 anos, Ana visitou Campo Grande para compreender um pouco da própria história (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 13 anos, Ana visitou Campo Grande para compreender um pouco da própria história (Foto: Arquivo Pessoal)

A busca para encontrar a mãe biológica começou há 15 anos e continua até hoje. Nascida em Campo Grande, Ana Paula Belatto Ramos,  38 anos, saiu da maternidade direto para os braços da mãe adotiva e seguiu viagem para o estado de São Paulo, onde mora até hoje.

A estudante de fisioterapia tem poucas informações sobre a pessoa que procura incansavelmente. Com esses dados, ela realizou buscas nas redes sociais e sites para localizar pessoas desaparecidas, porém sem obter qualquer sucesso.

Depois de tantas tentativas frustradas, a Ana Paula recorreu ao Lado B  para tentar realizar um dos maiores sonhos que tem: encontrar a mãe. Sobre a fase de recém-nascida, a acadêmica só sabe aquilo que contaram para ela. “Nasci em 1983, na maternidade Cândido Mariano. Minha mãe não sabia que esperava um casal de gêmeos e disse para o médico que não teria condições de criar duas crianças”, fala.

Estudante chegou a fazer publicações em grupos para tentar localizar a mãe. (Foto: Arquivo Pessoal)
Estudante chegou a fazer publicações em grupos para tentar localizar a mãe. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ana e o irmão foram bebês prematuros de sete meses, que conseguiram um lar ainda na maternidade. “Fomos adotados por uma família de outro estado, mas meu irmão não sobreviveu e morreu meses depois. Eu sempre soube da adoção e sempre procurei minha mãe, porém nunca consegui notícias”, desabafa.

Maria Aparecida de Lima é a pessoa que Ana Paula não conhece nem por fotografia. Mesmo assim, sabe quais características físicas herdou da genitora. “Minha mãe fala que sou parecida com a biológica, que ela também era morena, com olhos castanhos e cabelo cacheado”, afirma.

A jornada de tentar localizar a mãe é, por vezes, exaustiva e desmotivadora, mas a esperança ainda prevalece. “Acredito que não tenha muitas Maria Aparecida de Lima que tiveram um casal de gêmeos em Campo Grande. Meu sonho é saber se tenho irmãos, conhecer ela, pois acabei ficando sozinha”, expõe.

Investigadora ressalta que é importante contatar a polícia em casos como o da Ana Paula. (Foto: Henrique Kawaminami)
Investigadora ressalta que é importante contatar a polícia em casos como o da Ana Paula. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Lado B entrou em contato com a investigadora da 5ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, Maria Campos, que é especialista em desaparecimento de pessoas.

A profissional alertou que as pessoas que buscam parentes desaparecidos devem contatar a polícia para evitar maiores transtornos. “As redes sociais ajudam muito, mas é um perigo, pois muitos se aproveitam para aplicar golpes. O certo é ir direto na polícia, porque detetives que cobram pelo serviço, muitas vezes, não possuem especialização para realizar o trabalho”, frisa.

De acordo com a profissional, quanto mais informações a pessoa tiver sobre o desaparecido, melhor para o andamento do caso. Na situação da Ana Paula, que sabe somente alguns dados, o cenário é delicado.

Mesmo assim, a investigadora garante que é possível localizar a mãe biológica. “Nome comum fica difícil de lograr êxito, então, nós temos que buscar mais informações, mas não é impossível, a gente abraça muito o desafio”, conclui.

Quem tiver informações que possam ajudar na busca da Ana, o telefone de contato é: (18) 9.9711-9976

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