Ao lado do 'charango', Julio vive uma aventura por dia como viajante
Pela primeira vez no Brasil, ele fala sobre experiência de viajante e o quanto gostou das pessoas daqui
Julio Gaillard, de 43 anos, é um argentino, músico e viajante. De passagem por Campo Grande, ele chegou ao Brasil há seis meses com o motorhome que percorreu e cruzou fronteiras entre países da América Latina.
Natural de Rosário, ele era consultor de empresas no país de origem antes de virar ‘músico nômade’. Durante três anos e meio, o argentino economizou e com a ajuda de amigos adaptou o veículo para poder viajar. Desde 2018, ele vive nas estradas e nos últimos anos passou pela Bolívia, Peru, Chile, Paraguai e Equador.
Essa é a primeira passagem dele pelo Brasil e antes de chegar à Capital, Julio ficou um tempo no Paraná e em São Paulo. Nos primeiros meses, o viajante diz ter sentido dificuldade em entender e falar português. “Não sabia nada do idioma. Era difícil trabalhar porque sou músico e cantava todas as canções em espanhol. Fui aprendendo o idioma e a música brasileira ajudou muito”, conta.
Veja o vídeo:
Mesmo com as barreiras na comunicação, o artista conseguiu fazer amigos e conhecer diferentes cenários. A impressão que adquiriu do Brasil é das melhores por várias razões. “Me encantei completamente pela gente, paisagens, cultura e fiquei apaixonado pela música brasileira”, destaca.
A música é o principal trabalho do artista que sabe tocar violão e charango, que é um pequeno instrumento de cordas de origem sul-americana. O tango é um dos estilos que o viajante domina, mas nesses últimos meses Julio se aventura interpretando Alceu Valença e Caetano Veloso.
Normalmente, ele realiza apresentações em bares e restaurantes. Nas duas últimas semanas na cidade, ele só conseguiu oportunidade de mostrar o repertório em um local. Julio tem recorrido a apresentações em semáforos, na rua, porém o que queria mesmo era mostrar o trabalho nos estabelecimentos.
Apesar dessa dificuldade e outras que aparecem no caminho, não existe espaço para arrependimentos na vida dele, que fica feliz por viver viajando.
“Foi a melhor decisão que tomei na minha vida. Principalmente por tudo que se aprende viajando. Na Argentina, eu tinha um excelente trabalho, mas seria muito difícil ter conhecido Campo Grande”, afirma.
Por enquanto, o músico não tem previsão de quando sairá da Capital, pois está resolvendo um problema mecânico no motorhome. Depois, ele segue para Corumbá e Bolívia. Como viajante, Julio faz questão de retornar aos destinos que já visitou para ver o que mudou e reencontrar os amigos.
Um dia, ele sabe que irá voltar para casa e encerrar a vida nômade. Agora, ele aproveita cada momento, lugar e amizade que faz. “Há dias bons e maus, mas agradeço aos céus por todas as experiências que vivo. Cada dia é uma aventura diferente”, pontua.
Quem quiser conhecer o trabalho, o perfil no Instagram é @julio.gaillard
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