Após 8 anos, Edden não esquece o amor de filme deixado por Reginaldo
De imagem em terço carregado próximo ao coração até altar no serviço, memória do marido não é esquecida
"Fomos dançar uma música lenta. Desde lá, ele não largou mais a minha mão e eu não larguei a dele”. Aos 15 anos, Edden conheceu Reginaldo e, aos 61, continua fazendo questão de não esquecer o amor de filme deixado pelo marido.
Há 8 anos, Reginaldo Rodrigues de Almeida deu o último beijo na testa de Edden Dimia Silvia de Almeida. Apesar do tempo, a memória do carinho diário continua presente em imagem carregada próxima ao coração num terço personalizado e espalhada pelo altar construído pela viúva na empresa que criaram juntos.
Em meio à correria da lavanderia, o convite para contar sobre a narrativa dos dois fez com que Edden encontrasse um tempo que não existia. “Ele merece todas as homenagens, essa é uma história que precisa ser contada mesmo”.
Mostrando que a disposição não é algo fora do comum, o altar é quem recebe os clientes na empresa. Com um banner e fotografias que ilustram a família, o espaço foi uma das formas que Edden encontrou para manter Reginaldo presente logo após sua partida.
Assim como as lembranças de quatro décadas atrás continuam vivas, a emoção em falar sobre o marido também segue. “Ele era uma pessoa especial demais, acho que nunca vai existir alguém como ele”, diz.
Voltando à adolescência, Edden narra que estava prestes a fazer 16 anos quando conheceu Reginaldo. E, na sala de aula, como em um filme de romance, se apaixonou sem nem perceber.
“Nós começamos as aulas e em junho ia ter a festa junina. Na época, a gente era só colegas, mas eu já tinha me apaixonado por ele. Desde o momento em que vi ele na escola, eu não falava nada, mas sabia”, relembra.
E, em junho, a cena das mãos dadas selou o que Edden iria ver se tornar a história de amor da sua vida. “A gente foi para a festa junina e, no final, tinha uma sala de brincadeira dançante. Você comprava uma ficha e ia dançar. Não teve pedido de namoro, só teve aquela mão muito especial segurando na minha e a gente decidiu o que nós éramos um para o outro”.
Cinco anos depois, os dois se casaram e cada vitória que celebra hoje foi construída ao lado de Reginaldo, como Edden destaca.
“Ele demonstrou de todas as formas como era apaixonado por mim, tinha 59 anos e a gente vivia aquela vida de namorado, sabe? Quando a gente ia sair, ele me esperava e, quando eu terminava, ele pegava na minha mão, me olhava e fala o quanto eu estava linda”, explica.
E, do amor dos dois, além do romantismo e conquistas materiais, Edden explica que os filhos e netos são extensões das vitórias familiares. “Nossa família sempre foi unida, um pelo outro e até quando ele faleceu isso ficou em destaque”.
Exemplificando, Edden comenta que o enterro do marido foi justamente no aniversário de dois netos. E, no dia, mesmo sendo muito pequeno, um deles comentou que havia prometido ao avô que cuidaria da avó.
“Tudo o que a gente tem, nossa família, nossa casa, nossa empresa, tudo foi com companheirismo. Sei que ele não está aqui, mas peço para Deus que quando eu partir, encontre com ele porque o que ficou foi o amor. Isso não esqueço”, completa.
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