Após perder 32kg, alegria de Alípio foi conseguir amarrar sozinho o tênis

Amarrar o sapato, ajudar a esposa nas tarefas diárias do lar e dormir melhor são as pequenas conquistas celebradas pelo radialista e influencer Alípio Neto, de 39 anos. Para ele, a perda de peso e a busca pela qualidade de vida nem sempre foram tarefas fáceis. Antes de conseguir emagrecer 32 kg em um mês, ele viveu anos de experiências negativas e consultou profissionais que não trataram a obesidade dele como uma patologia.

Essa matéria não é para falar sobre a estética e busca de Alípio por um corpo magro que, consequentemente, seria aceito com mais facilidade na sociedade. Ao Lado B, o militar da reserva compartilhou a própria história para relatar a forma como encarou a doença, a abordagem incorreta que médicos utilizaram com ele e o trauma de ter perdido o pai para uma bariátrica mal sucedida.

O radialista sempre se considerou um cara “fortinho” e alguém com tendência a engordar. Mesmo assim, Alípio estava longe de ser diagnosticado como obeso e seguia uma rotina onde praticava exercícios físicos. Em 2004, ele sofreu um acidente em serviço militar, precisou tomar remédios e esse foi o início da luta contra a balança. “Eu já tinha tendência a engordar, mas o corticoide potencializou isso”, explica.

Confira o vídeo na íntegra:

Enquanto tentava manter o peso, Alípio acompanhou o pai que passou por uma cirurgia bariátrica. “Meu pai faleceu em 2006 por causa de uma cirurgia mal sucedida. Ele teve infecção generalizada, porque os médicos machucaram o baço dele e não o retiraram. Ele fez oito cirurgias em um mês para tentar converter. Isso deixou meus irmãos órfãos e causou um trauma muito grande na família”, lembra.

Dois anos depois, Alípio começou a sofrer as consequências da obesidade e com os reveses da depressão e ansiedade. Dos médicos que consultou, ele chegou a ouvir coisas como “Você é gordo, porque é sedentário”. O influencer desabafa que foi atendido por profissionais que não compreendiam a doença. “Não adianta pegar uma pessoa de 240 kg e mandar ela fazer exercício. A obesidade é uma doença, uma patologia. Eu não consigo fazer exercícios, porque sou obeso.  Eu tive que aceitar e reconhecer isso”, afirma.

Após tentar diferentes métodos e não conseguir obter resultados, Alípio desistiu de lutar contra a balança. Em 2020, ele contraiu covid-19 e esse momento foi o grande divisor de águas que o colocou de volta na busca por qualidade de vida.

Na época, o radialista revela que acreditava que não sobreviveria à doença. “Quando peguei a doença, ela começou de forma agressiva e acreditei que seria o ponto final da minha vida. Eu fui para o hospital e já tinha aceitado a morte. Teve uma noite que achei que ia morrer, eu não queria que minha esposa ficasse lá, porque achei que não ia acordar mais”, conta.

No Hospital Militar de Campo Grande, Alípio conheceu o médico que afirma ter salvado a sua vida. “O Canela falou: Eu não vou desistir de você, eu não vou perder você. Eu me emociono quando falo, porque ele é muito mais coração do que profissional. Ele te olha com individualidade, você é uma pessoa, uma história para ele”, fala.

Nos meses seguintes, o militar da reserva iniciou o tratamento com o médico Jonathas Canela e teve melhora no quadro respiratório. Posteriormente, ele começou a tratar a obesidade e pela primeira vez viu retorno em um tratamento. Por razões pessoais, Alípio parou e retornou recentemente o acompanhamento.

É sobre esse retorno e a nova experiência que Alípio comemora e esclarece o que já passou nos anos de luta contra o próprio peso. “Eu fiz muitos tratamentos absurdos e nenhum surtiu efeito, porque não adianta tratar o obeso de forma absurda e falar para ele parar de comer. O Canela trouxe uma dinâmica nova, ele disse: “Você é sedentário, porque tem uma patologia chamada obesidade, vamos tratar”, expõe.

Com reeducação alimentar baseada em déficit calórico, o apoio de vitaminas e alguns médicos, Alípio já perdeu 32kg dos 245 kg  dentro de um mês. Só na primeira semana, ele eliminou cerca de 20kg. “É algo assim muito empolgante, porque eu não tinha mais esperanças. Não é por causa da balança, é poder amarrar o sapato, dormir melhor, ajudar a esposa,  são pequenos resultados”, ressalta.

No Instagram, ele compartilha o processo e celebra com os seguidores os avanços. Embora esteja contente com os resultados, Alípio faz questão de comentar que o tratamento não é algo temporário. “A obesidade é uma patologia que você tem que tratar o resto da sua vida, o obeso tem que aceitar que ele vai ter que se cuidar até o fim”, diz.

Ao dividir com outras pessoas a saga pessoal, Alípio espera motivar pessoas na mesma condição a não desistirem. “Meu objetivo é mostrar para as pessoas que elas não devem desistir e se entregarem para a obesidade. Eu quero continuar a divulgar minha história, montar palestras e mostrar essa questão”, relata.

No final da entrevista, Alípio quis deixar uma mensagem que explica o motivo de estar na atual jornada, que não tem hora para acabar. “A vida da gente é muito preciosa, por isso, decidi prolongar ela ao máximo”, conclui.

Quem quiser acompanhar de perto a história do influencer, o Instagram é @alipionetoms.

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