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Comportamento

Após processo e apelo de mãe à mídia, Facebook exclui perfil de jovem morta

Elverson Cardozo | 25/04/2013 14:58
Juliana Ribeiro morreu em maio do ano passado, mas perfil no Facebook continuava ativo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Juliana Ribeiro morreu em maio do ano passado, mas perfil no Facebook continuava ativo. (Foto: Arquivo Pessoal)

A professora universitária Dolores Ribeiro, mãe da jornalista Juliana Ribeiro Campos, de 24 anos, que morreu em maio do ano passado, conseguiu, na justiça, que o Facebook excluísse a página da filha na rede social.

Ela soube da decisão na manhã desta quinta-feira (5). Para provar que o perfil continuava no ar, apesar das reclamações encaminhadas ao escritório da rede social no Brasil, em São Paulo, Dolores sempre pedia aos amigos da jovem que printassem, todos os dias, a página da jornalista.

Hoje, para alegria da mãe, isso não foi possível. “Pedi para um e ele não conseguiu. Liguei para outros dois, inclusive um de Brasília, e eles também não conseguiram acessar. Deduzi que tinha saído do ar”, disse.

“Agora, quem quiser encontrar com a Juliana deverá ter uma vida reta para ver ela na ressurreição, ao lado de Deus, não aqui”, completou, ao comentar que está se sentindo aliviada.

Segundo a mãe, o Facebook só excluiu a conta da filha quando o caso estourou na mídia e se tornou notícia internacional. Há 3 dias o Lado B contou a história de Juliana, que depois foi divulgada até pela BBC, na página em inglês.

Apesar da conquista, a professora não pretende abandonar o processo contra a empresa criada por Mark Zuckerberg.

“Tem que ir até o final para fixar jurisprudência na ausência de lei, porque outras pessoas, acho que não sou a única, pode ter tido esse tipo de demanda e não sabem a quem recorrer”, afirmou.

Para Dolores, o perfil ativo da filha causava sofrimento. A professora universitária afirma que a rede social não pode ser dispensada e é útil no mundo pós-moderno, mas os administradores, em casos como esse, precisam respeitar a vontade da família, principalmente em momentos de dor.

“A família daqueles meninos que foram assassinados aqui precisa dessa comoção para mobilizar a sociedade, para conseguir a condenação dos assassinos, mas são demandas diferentes. Minha filha faleceu em outro contexto”, declarou, ao relembrar o assassinato dos universitários Breno Luigi Silvestrini de Araújo e Leonardo Batista Fernandes.

Entenda o caso – Em maio do ano passado, Juliana Ribeiro enfrentou uma cirurgia de redução de estômago. O procedimento deu certo, mas a jornalista morreu oito dias depois, em decorrência de uma endoscopia mal sucedida.

A jovem mantinha uma perfil no Facebook com quase 300 contatos. Depois da morte dela, a página, segundo a mãe da jovem, virou um “muro de lamentações” de amigos, que deixavam mensagens, músicas e fotos em homenagem à Juliana.

Alegando que a situação lhe causava sofrimento, Dolores Ribeiro entrou com processo contra o Facebook, pedindo a retirada da página.

No mês passado, a justiça de Campo Grande havia ordenado a exclusão do perfil, sob pena de multa diária de R$ 500,00. Nada foi feito. Na segunda-feira (22), uma nova decisão deu 48 horas para que sentença fosse cumprida, sob pena de prisão, por desobediência, do responsável no Brasil.

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