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Comportamento

“Bandido fica até com dó”, resume dono sobre casa de 80 anos

Com humor, Dagmar Alves de Matos conta que viver na casa da família é significado de tranquilidade

Aletheya Alves | 20/04/2022 07:39
Dagmar Alves de Matos brinca sobre a simplicidade da casa. (Foto: Aletheya Alves)
Dagmar Alves de Matos brinca sobre a simplicidade da casa. (Foto: Aletheya Alves)

“Eu nem me preocupo com criminalidade, porque se o bandido vir aqui, ele fica até com dó. Entra e é capaz de deixar alguma coisa como ajuda ainda”, resume com humor Dagmar Alves de Matos sobre a casa da família, que já acumula cerca de 80 anos na Vila Taveirópolis. Aposentado, o morador conta que, para ele, mais do que ver a residência como uma relíquia, entende o endereço como significado de tranquilidade.

Nada de cerca elétrica, grades nas janelas ou câmeras, apenas o portão mesmo. Em alguns momentos, o portão costuma ficar até aberto para manter um ar interiorano e nada gera preocupação, conforme Dagmar explica.

Residência é "protegida" apenas por muro e portão. (Foto: Aletheya Alves)
Residência é "protegida" apenas por muro e portão. (Foto: Aletheya Alves)

Além de garantir que a casa é simples demais, o aposentado detalha que a tranquilidade do endereço vem com a calmaria do bairro. Para ele, a região nunca foi muito perigosa e, unindo a situação da residência à baixa criminalidade, o espaço tem sido positivo para se afastar das dores de cabeça.

“Eu dei uma reformada por dentro só, no teto, mas o resto continua sendo original. A madeira é a mesma e o telhado também, tudo velho”, ele conta.

Residência é "protegida" apenas por muro e portão que por vezes fica aberto. (Foto: Aletheya Alves)
Residência é "protegida" apenas por muro e portão que por vezes fica aberto. (Foto: Aletheya Alves)

Depois de passar mais de 50 anos longe da casa morando em São Paulo, Dagmar retornou para Campo Grande e, em meados de 2019, passou a viver na residência da infância após a mãe falecer. “Aqui tem sido bom, porque é bem mais tranquilo do que em São Paulo. Hoje, vivo com meus dois irmãos e a gente deve continuar por aqui mesmo.”

Justamente pela casa ser antiga, ele detalha que a família já pensou em vender o espaço, mas acabou optando por manter a construção entre os irmãos. Mesmo sob efeito do tempo e do clima, cada detalhe continua em pé.

Mangueira foi plantada pelos pais de Dagmar, assim como a casa também foi construída por eles. (Foto: Aletheya Alves)
Mangueira foi plantada pelos pais de Dagmar, assim como a casa também foi construída por eles. (Foto: Aletheya Alves)

Assim como as janelas construídas pelos pais, uma mangueira também segue mantendo as memórias da família ativa, como o aposentado diz. “Essa mangueira tem a mesma idade da casa. Foi aqui que eu nasci, fui criado com meus irmãos e meus pais viveram até morrer. Então, é a história da família.”

E para continuar com as paredes em pé, Dagmar narra que o jeito vai ser preencher os problemas com concreto. Por isso, ele explica que cada vez mais, a madeira inserida pelo pai deve ir se despedindo do bairro, mas mantendo a estrutura inicial por mais vários anos.

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