“Bandido fica até com dó”, resume dono sobre casa de 80 anos
Com humor, Dagmar Alves de Matos conta que viver na casa da família é significado de tranquilidade
“Eu nem me preocupo com criminalidade, porque se o bandido vir aqui, ele fica até com dó. Entra e é capaz de deixar alguma coisa como ajuda ainda”, resume com humor Dagmar Alves de Matos sobre a casa da família, que já acumula cerca de 80 anos na Vila Taveirópolis. Aposentado, o morador conta que, para ele, mais do que ver a residência como uma relíquia, entende o endereço como significado de tranquilidade.
Nada de cerca elétrica, grades nas janelas ou câmeras, apenas o portão mesmo. Em alguns momentos, o portão costuma ficar até aberto para manter um ar interiorano e nada gera preocupação, conforme Dagmar explica.
Além de garantir que a casa é simples demais, o aposentado detalha que a tranquilidade do endereço vem com a calmaria do bairro. Para ele, a região nunca foi muito perigosa e, unindo a situação da residência à baixa criminalidade, o espaço tem sido positivo para se afastar das dores de cabeça.
“Eu dei uma reformada por dentro só, no teto, mas o resto continua sendo original. A madeira é a mesma e o telhado também, tudo velho”, ele conta.
Depois de passar mais de 50 anos longe da casa morando em São Paulo, Dagmar retornou para Campo Grande e, em meados de 2019, passou a viver na residência da infância após a mãe falecer. “Aqui tem sido bom, porque é bem mais tranquilo do que em São Paulo. Hoje, vivo com meus dois irmãos e a gente deve continuar por aqui mesmo.”
Justamente pela casa ser antiga, ele detalha que a família já pensou em vender o espaço, mas acabou optando por manter a construção entre os irmãos. Mesmo sob efeito do tempo e do clima, cada detalhe continua em pé.
Assim como as janelas construídas pelos pais, uma mangueira também segue mantendo as memórias da família ativa, como o aposentado diz. “Essa mangueira tem a mesma idade da casa. Foi aqui que eu nasci, fui criado com meus irmãos e meus pais viveram até morrer. Então, é a história da família.”
E para continuar com as paredes em pé, Dagmar narra que o jeito vai ser preencher os problemas com concreto. Por isso, ele explica que cada vez mais, a madeira inserida pelo pai deve ir se despedindo do bairro, mas mantendo a estrutura inicial por mais vários anos.
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