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Comportamento

Câncer tirou Bigode do caminhão, mas garapa o devolveu para estrada

Há dois anos, Anísio decidiu que não iria ficar em casa durante o tratamento e voltou ao trabalho

Aletheya Alves | 08/06/2023 07:03
Anísio precisou deixar a vida de caminhoneiro após descobrir câncer. (Foto: Aletheya Alves)
Anísio precisou deixar a vida de caminhoneiro após descobrir câncer. (Foto: Aletheya Alves)

Depois de viajar pelo Brasil inteiro com o caminhão carregado, Anísio Cândido Sobrinho descobriu dois cânceres e, de repente, se viu precisando deixar as cargas de lado. Logo que o tratamento evoluiu, Bigode, como é conhecido pelos amigos, decidiu que iria voltar para a estrada nem que fosse com garapa.

Há dois anos, o motorista encontrou um espaço na lateral da BR-262, próximo ao bairro Parque Novo Século, e não saiu mais. Explicando o motivo por não ter escolhido ficar dentro da cidade, ele narra que por ali ainda encontra os amigos e a renda evolui ainda mais.

“Eu tentei ficar dentro da cidade, andei por aquela Avenida dos Cafezais, mas conseguia fazer R$ 40 por dia. Aqui é bem melhor e como fui caminhoneiro por muitos anos, todo esse povo que passa aqui de caminhão eu conheço”, conta sobre a decisão.

Retornando ao período em que descobriu os tumores, Anísio narra que havia viajado para ver sua família no Ceará quando já tinha notado algo de diferente no pé direito. “Nessa vida de motorista, você não para. Carrega em um lugar, leva para o outro e é sempre assim. Eu colocava o sapato, mas não incomodava, então achei que não fosse nada”.

Ao invés de permanecer dentro da cidade, ideia foi continuar na "estrada". (Foto: Aletheya Alves)
Ao invés de permanecer dentro da cidade, ideia foi continuar na "estrada". (Foto: Aletheya Alves)

Quando veio de volta para Campo Grande após visitar a família, precisou ir ao médico e descobriu que se tratava de um câncer. Pouco tempo depois, outro tumor também foi encontrado na próstata e, precisando de muita força, deu início ao tratamento.

Com pouco mais de um ano, o tratamento já havia praticamente se encerrado. No caso do pé, uma parte da estrutura precisou ser retirada, mas Anísio narra que ficou o mais perfeito possível.

“Hoje eu estou mais do que 100% curado, graças a Deus. Foi muita fé para conseguir continuar, mas deu tudo certo e agora só faço o acompanhamento”, explica Bigode.

Pensando assim, ele comprou o carrinho para vender caldo de cana e desde então não parou mais. Decidindo seus próprios horários, ele explica que vai para o ponto de segunda a segunda, mas só abre quando dá vontade.

Para encontrar Bigode, ele sugere que é na base da tentativa, mas que em geral está no local até as 17h.

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