‘Carnaval’ com Fofão é fuga de rotina hospitalar para crianças com câncer
Associação dos Amigos das Crianças com Câncer decidiu fazer festa diferente neste ano
Em poucos minutos, as crianças que são atendidas pela AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) já haviam deixado os bancos do Busão da Alegria para acompanhar com olhos sorridentes os personagens do grupo dançarem dentro e fora do ônibus. Neste ano, para variar, o Carnaval veio antecipado em forma de passeio ao lado do Fofão, Chaves, Naruto e Minnie.
“Eu nunca imaginei que fosse estar aqui, mas ver eles tão alegres vale demais”, conta Marilu Rodrigues, a mãe de Emily Maiara Rodrigues, de 14 anos. De Ponta Porã, mãe e filha
A mãe explica que a rotina acaba sendo cansativa também por não conseguir garantir diversões diferentes para a filha e, com o passeio, a história mudou. “A gente está aqui em Campo Grande há seis meses para o tratamento dela. Ela já fez a cirurgia, não tem mais o tumor, acabou a radioterapia e agora estamos vendo o que vai acontecer daqui para frente”.
Ao lado de Marilu, Emily até se segurou por algum tempo, mas a felicidade e curiosidade com os integrantes do ônibus foram mais fortes.
“Achei muito legal. Não queria estar nessa situação, mas ainda é muito legal. Já tinha visto e fiquei com vontade de ir, mas não fui. Virou um Carnaval maravilhoso”, disse Emily pouco antes de também se levantar e arriscar algumas danças tímidas.
De Campo Grande, Ivana de Oliveira acompanhou a filha Sofia Sena de Oliveira, de 5 anos. Em tratamento contra leucemia há 1 ano e 1 mês.
“Eles ficam muito felizes. Na semana passada, a Sofia tentou tirar foto da carreta na rua e eu nem contei que a gente iria vir. Quando ela ficou sabendo, ficou feliz demais. Em geral, a gente só fica em casa, então sair assim é bom”, conta.
Assistente social e coordenadora de assistência ao beneficiário, Rosângela Machado Barros também nunca havia entrado no ônibus, apesar de já ter visto o grupo passando pelas ruas de Campo Grande. Sobre a mudança do Carnaval nesse ano, ela narra que a novidade foi acertada.
Sempre fazemos os bailinhos, trazemos o pessoal para dançar, cantar, mas nesse ano a Comunicação teve ideia de fazer algo diferente para as crianças. Isso porque, às vezes, elas ficam desanimadas, não querem dançar e a gente adorou a ideia nova, explica Rosângela.
Outro ponto destacado por ela é que, em geral, as famílias são interioranas e não conhecem muitos pontos de Campo Grande.
“Essa também foi uma forma de sair um pouco da casa de apoio, da rotina hospitalar. Eles conseguem se divertir até porque o ônibus passa no Interior, mas muitos deles não conseguem ir tanto por questões financeiras quanto por não poderem sair com outras crianças”.
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